Economia

OCDE prevê que economia portuguesa abrande crescimento económico para 1% em 2023

OCDE prevê que economia portuguesa abrande crescimento económico para 1% em 2023
Canva

A inflação deverá situar-se este ano nos 8,3%.

A OCDE prevê que o crescimento económico português abrande de 6,7% este ano para 1% em 2023 e 1,2% em 2024, situando-se a inflação nos 8,3% em 2022, 6,6% em 2023 e 2,4% em 2024.

"O crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] deverá diminuir de 6,7% em 2022 para 1% em 2023 e 1,2% em 2024, com a invasão russa da Ucrânia, as interrupções na cadeia de abastecimento, a alta dos preços da energia e o aumento das taxas de juro a penalizarem a atividade", lê-se no relatório com as previsões económicas mundiais ('Economic Outlook') divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Embora "o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vá impulsionar investimento público, há o risco de que persistam os atrasos na sua implementação", considera a organização.

Ainda assim, estas previsões da OCDE ficam acima das divulgadas no passado dia 11 pela Comissão Europeia, que reviu em ligeira alta o crescimento do PIB português para 6,6% este ano (face aos 6,5% apontados em meados de julho), mas antecipou que em 2023 Portugal cresça somente 0,7%, muito abaixo das suas anteriores projeções (1,9%) e abaixo das previsões do Governo (1,3%).

Já para 2024, Bruxelas projeta que o PIB português cresça 1,7%, mas adverte que “os riscos permanecem do lado negativo”.

De acordo com o ‘Economic Outlook’ esta terça-feira divulgado pela OCDE, em Portugal “os preços elevados de energia e dos alimentos deverão empurrar a inflação para os 8,3% em 2022, antes de abrandar para 6,6% em 2023 e 2,4% em 2024”.

“O aumento dos salários irá robustecer-se, pois a taxa de desemprego continua baixa, mas não o suficiente para proteger o poder de compra das famílias”, refere.

Segundo a OCDE, “o crescimento do consumo enfraquecerá à medida que as condições monetárias e financeiras se tornam menos favoráveis, a procura diminui, o crescimento do emprego desacelera e a inflação elevada reduz o poder de compra”.

“As medidas de apoio à energia e o aumento os salários fornecerão alguma compensação, mas o crescimento das exportações diminuirá com o fim da retoma do turismo e o abrandamento do crescimento global”, acrescenta.

“Se os salários aumentarem mais do que o projetado, isso impulsionará o consumo e a inflação. No entanto, um declínio maior do que o esperado no mercado imobiliário penalizaria ainda mais o sentimento do consumidor e o investimento e atrasos adicionais nos investimentos do PRR também restringiriam a atividade e a transição verde”, continua.

A OCDE recorda que “as medidas de apoio públicas, nomeadamente as transferências financeiras, ajudaram a suavizar choques nos preços da energia em 2022” no país, mas nota que estas “serão gradualmente eliminadas em 2023”, tornando-se a política fiscal “mais restritiva”.

“Embora o aumento da dívida pública desde 2019 tenha sido moderado em comparação com outros países da OCDE, o seu nível elevado e a população envelhecida fazem da consolidação fiscal uma prioridade. Garantir uma implementação eficiente e atempada do PRR impulsionaria a infraestrutura verde, a eficiência energética e a capacidade de geração de energia renovável e ajudariam a compensar a desaceleração em 2023”, sustenta.

Considerando que a retoma económica da economia portuguesa “perdeu força”, a OCDE nota que, “à medida que a recuperação do consumo e do turismo vão abrandando, a desaceleração da economia global, os preços elevados da energia, a incerteza e a subida das taxas de juro começaram a pesar sobre a atividade”.

Últimas Notícias