A venda do hotel de Monfortinho arrestado no processo do Grupo Espírito Santo está a provocar indignação. Esta manhã, no Tribunal do Fundão, um empresário chinês apresentou uma proposta milionária e provocou protestos dos outros concorrentes.
Yiding Chen, o empresário em questão, é dono da “Histórias inquietas”, uma Unipessoal com sede em Lisboa de compra e venda de imóveis com apenas 5 mil euros de capital social.
O cidadão chinês é ainda titular de uma offshore com sede em Malta inscrita desde 2016.
Yiding Chen não apareceu no Tribunal do Fundão nem se fez representar por advogado, mas entregou uma proposta milionária para comprar o hotel de Monfortinho que já foi da família Espírito Santo.
São 4,8 milhões de euros oferecidos pelo imóvel, terrenos e recheio, quando o preço base da venda judicial rondava os 3 milhões e meio de euros.
Valor “arrasou” os outros dois proponentes
A "concretVelvet" ligada ao dono da Herdade do Vale Feitoso que tinha três milhões de euros em carteira e a Neptuno Cottage, de vendas imobiliárias, Lisboa, que apresentou uma proposta de pouco mais de um milhão e meio de euros.
Desta vez, a venda judicial era conjunta. Do Novo Banco, dono do hotel e da Massa Insolvente da companhia das águas fonte Santa constituída pelo recheio e exploração da unidade hoteleira.
O cidadão chinês que apresentou proposta pelo Fonte Santa é cliente do Novo Banco e com a proposta entregou um cheque com 20% do valor global da compra.
No entanto há problemas, uma vez que o anúncio de venda publicado pelo administrador da insolvência, Jorge Calvete, continha um prédio com a matriz errada e outro incluía nove hectares comprados em 2016 pela dona das termas de Monfortinho, a empresa titulada por Trigueiros de Aragão, marido da ministra da Coesão.
A advogada da ConcretVelvet arguiu a nulidade do anúncio mas a juíza do processo ainda não se pronunciou. Para já o titular da melhor proposta, de 4,8 milhões de euros vai ser notificado para no prazo de 5 dias dizer se aceita a redução do lote, mantendo o interesse no negócio.
Se o cidadão chinês, único proprietário da "Histórias Inquietas" não se opuser cessa a intervenção da "Amazing Evolution" que só no ano passado arrecadou quase 90 mil euros e do admistrador judicial que garantiu 32 mil euros na gestão do hotel.
A insolvência é de 2017 e como já passaram 5 anos é só fazer as contas ao rendimento global.