Economia

Economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022

O crescimento de 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 situa-se uma décima abaixo da previsão do Governo.

Economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022

A economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, “o mais elevado desde 1987”, de acordo com a estimativa rápida divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O crescimento de 6,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 situa-se uma décima abaixo da previsão do Governo, já que o ministro das Finanças, Fernando Medina, se tinha afirmado convicto, no final de dezembro, que Portugal iria finalizar "o ano de 2022 com um crescimento [da economia] de cerca de 6,8%".

Esta taxa fixa-se, contudo, acima dos 6,5% estimados no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que deu entrada no parlamento em outubro passado.

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Segundo o INE, "no conjunto do ano 2022, o PIB registou um crescimento de 6,7% em volume, o mais elevado desde 1987, após o aumento de 5,5% em 2021 que se seguiu à diminuição histórica de 8,3% em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia na atividade económica".

A maioria dos economistas das principais instituições nacionais e internacionais esperavam que o PIB português tivesse crescido entre 6,5% e 6,8% em 2022, uma revisão em alta face ao que se chegou a projetar após o despoletar da guerra na Ucrânia.

O Banco de Portugal (BdP) era o mais otimista, após, ao longo do ano passado, ter revisto sucessivamente em alta a perspetiva de crescimento do PIB português: em março cortou as previsões para 4,9%, em junho melhorou para 6,3%, em outubro para 6,7% e em dezembro para 6,8%.

Já as projeções das restantes instituições eram semelhantes: o Conselho das Finanças Públicas (CFP) esperava uma expansão de 6,7% da economia portuguesa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) 6,7% e a Comissão Europeia 6,6%. Já o Fundo Monetário Internacional previa um crescimento do PIB de 6,2%.

Crescimento da economia deve-se em parte a "um contributo positivo expressivo" da procura interna

A explicar a evolução registada no ano passado está, segundo o INE, "um contributo positivo expressivo" da procura interna, embora "inferior ao observado no ano anterior", verificando-se ainda "uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento".

Já o contributo da procura externa líquida "foi positivo em 2022, após ter sido negativo em 2021", tendo-se registado "uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços e uma desaceleração das importações".

No quarto trimestre de 2022, o PIB cresceu 3,1% em termos homólogos (desacelerando face aos 4,9% do terceiro trimestre) e 0,2% em cadeia (0,4% no trimestre anterior).

Em termos homólogos, o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB "diminuiu no quarto trimestre, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma redução do investimento".

O contributo positivo da procura externa líquida também diminuiu, tendo as exportações de bens e serviços em volume "desacelerado mais intensamente que as importações".

O INE nota ainda que, no quarto trimestre de 2022, se observou "uma perda dos termos de troca em termos homólogos, mas menos intensa que as perdas observadas desde o segundo trimestre de 2021, em resultado da desaceleração mais pronunciada do deflator das importações que o das exportações".

comparando com o terceiro trimestre de 2022, o PIB aumentou 0,2% em volume, tendo "diminuído o contributo positivo" da procura interna para a variação em cadeia do PIB, enquanto o contributo da procura externa líquida se manteve "ligeiramente negativo".

De acordo com o INE, a estimativa rápida hoje divulgada "incorpora nova informação primária, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao terceiro trimestre de 2022, que, contudo, não implicou revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB divulgadas na edição das Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional de 23 de dezembro de 2022".

PIB de 6,7%? “É um bom sinal”, afirma António Costa

Depois de conhecidos os números sobre o crescimento da economia portuguesa no ano passado, António Costa disse que espera perspetivas positivas também para este ano.

Em declarações aos jornalistas, no Seixal, o primeiro-ministro reforçou ainda que o crescimento financeiro do país não foi afetado nem pela pandemia, nem pelo aumento do custo de vida e nem pela guerra na Ucrânia.

“O crescimento significa emprego e isso significa que as pessoas mantêm as suas condições de vida. Acho que é um bom sinal, estamos numa boa trajetória”, afirmou.

O primeiro-ministro, António Costa.
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