Economia

Entrevista SIC Notícias

Bolsas europeias no vermelho, há ou não razão para alarme?

O economista António Nogueira Leite respondeu à questão na Edição da Tarde da SIC Notícias. A bolsa de Lisboa encerrou esta quarta-feira a cair 2,77%, em linha com as principais praças europeias.

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O economista António Nogueira Leite considera que "não há razão" para alarme, apesar das bolsas europeias estarem, esta quarta-feira, a afundar e da situação do Credit Suisse. Em entrevista na Edição da Tarde, o especialista esclarece o que aconteceu com banco suíço.

"Penso que não há razão para alarme, mas há fenómenos que vão além da razoabilidade económica. Enfim, o que é fundamental é que não se instale o pânico", afirma.

Na Edição da Tarde da SIC Notícias, esclarece a razão para a preocupação com o banco Credit Suisse:

"Um dos principais acionistas do Credit Suisse, que é um banco que tem tido problemas, veio dizer que não investia mais no banco. É um bocadinho inopinado. Não se estaria à espera desse tipo de declaração em público, sobretudo, numa altura como esta", disse, acrescentando que o banco ficou "debaixo de stress".

Entretanto, o banco fez um apelo ao Banco Central da Suíça para intervir, refere António Nogueira Leite.

O Credit Suisse, o segundo maior banco suíço pelo valor de mercado, atravessa o pior momento em 167 anos de história, sem sinais de recuperação, atingido por escândalos, empresas de risco em colapso e agora a crise bancária internacional. Fundado em 1856, o banco suíço perdeu cerca de 30% do seu valor na bolsa de Zurique desde meados da semana passada.

O especialista explica que neste momento há "algum pânico no mercado" e "muitas pessoas a apostarem se pode degradar":

"O interesse deles é ganhar dinheiro, aproveitam-se da situação, tentam pressionar vendas para depois comprarem posições e terem ganhos de capital mais a frente".

Bolsas europeias a afundar

As bolsas europeias estão esta quarta-feira a afundar, com o setor da banca em forte queda. Também Wall Street abriu em terreno negativo. Além do turbilhão provocado pelo colapso de dois bancos norte-americanos, agora é o Crédit Suisse que está no centro das preocupações.

O banco suíço já esteve a cair mais de 30%, a maior desvalorização de sempre. A queda é justificada pelos receios quanto à solidez financeira da instituição.

De acordo com o Wall Street Journal, o Banco Central Europeu já está a contactar os bancos da zona euro para avaliar os riscos de exposição ao banco suíço.

O Crédit Suisse está classificado como uma "instituição financeira sistemicamente importante".

Bolsa de Lisboa cai quase 3% em linha com Europa

A bolsa de Lisboa encerrou esta quarta-feira a cair 2,77% para 5.812 pontos, em linha com as principais praças europeias.

Das 15 cotadas que compõem o índice PSI, 12 caíram, com o BCP a liderar as descidas, ao recuar 9,05%, enquanto duas subiram e a Greenvolt se manteve inalterada.

O BCP, único banco que integra o PSI, recuou 9,05% para 0,19 euros, enquanto a Galp Energia caiu 7,42% para 9,71 euros, a Mota-Engil 6,15% para 1,47 euros e os CTT 4,86% para 3,53 euros.

Ainda a descer estiveram a Navigator (2,65% para 3,23 euros), a Semapa (2,31% para 13,36 euros), a EDP Renováveis (1,51% para 20,26 euros), a Sonae (1,24% para 1,03 euros), a EDP (0,90% para 4,76 euros), a NOS (0,79% para 4,26 euros), a REN (0,59% para 2,51 euros) e a Corticeira Amorim (0,41% para 9,75 euros).

Ao contrário, a Altri subiu 1,29% para 4,72 euros e a Jerónimo Martins avançou 0,70% para 20,16 euros.

As principais bolsas europeias também fecharam no vermelho, com Madrid a cair 4,37%, Londres 3,83%, Paris 3,58% e Frankfurt 3,27%.