As margens de lucro têm sido cada vez mais um tema que preocupa os portugueses. Nos combustíveis já foram alvo de muita discussão. Mas o melhor mesmo é fazer contas.
Esta semana, os preços dos combustíveis tiveram comportamentos diferentes. A gasolina simples subiu em média entre 1,5 e 2 cêntimos e o gasóleo desceu meio cêntimo por litro, valores que podem variar de posto para posto.
Mas o que também tem sofrido alterações é a diferença entre o que são os preços médios à saída da produção, já incluindo os impostos, e o que os consumidores pagam no final quando abastecem o carro.
Basta uma consulta rápida na internet para perceber que os mesmos combustíveis têm diferenças de mais 30 e 24 cêntimos respetivamente em média nos postos de abastecimento.
Entre os dois preços estarão a margem de lucro e custos do retalho, mas a questão é que há um ano com o barril de brent 30 dólares mais caro, as diferenças eram bem menores entre os dados da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) e o que os consumidores finais pagavam. Chegavam mesmo a ser cerca de metade.
A gasolina simples, por exemplo, custava 1,80€ à saída das refinarias e chegava ao consumidor a 1,97€, ou seja, em média 17 cêntimos de diferença quando hoje é de 30 cêntimos.
Recuando mais um ano, precisamente na mesma altura, o barril de Brent rondava os 66 dólares, nessa altura as margens também eram maiores. Quase 30 cêntimos de diferença quer no gasóleo e gasolina.
Ou seja, parece haver uma relação direta entre o preço do barril e o preço ao consumidor, mas não a que eventualmente se pensaria. Quando o Brent está mais barato as margens são maiores.
A SIC tentou contactar a Associação Portuguesa De Empresas Petrolíferas (Apetro), cujas marcas detêm também a maioria dos postos, mas sem qualquer sucesso.