Os portugueses pediram mais dinheiro ao banco para comprar carro (sendo que os usados continuam a estar em foco) no mês de fevereiro, face ao mês anterior, mas cortaram nos cartões de crédito, segundo mostram os dados que o Banco de Portugal publicou esta segunda-feira, 17 de abril.
O número de novos contratos de crédito ao consumo em Portugal subiu ligeiramente (0,2%), mas o crescimento do montante financiado às famílias neste grupo de empréstimos – pessoal, automóvel e cartões de crédito – subiu 3,5% em fevereiro em relação a janeiro, totalizando os 613,7 milhões de euros.
Nesta evolução mensal, o maior avanço foi sentido no crédito automóvel, com um disparo de 10% no que diz respeito ao financiamento para a aquisição de novos carros, chegando quase aos 46 milhões de euros (uma expansão ainda maior, de 17%, quando a comparação é com fevereiro de 2022). Já o crédito para os usados cresceu 3,3% para os 164 milhões de euros (1,8% em termos homólogos).
Os números do Banco de Portugal correspondem aos novos contratos que são celebrados no mês em causa (e não, por exemplo, quando há a entrega do veículo, já que no caso dos novos carros a entrega dos veículos pode levar vários meses).
O crédito automóvel – tanto para usados, como novos – cresce em fevereiro tanto em relação a janeiro como em relação a fevereiro de 2022, sendo o único tipo de crédito ao consumo com esse desempenho positivo nas duas comparações.
Crédito pessoal
No crédito pessoal sem fins específicos ou para lar, que é normalmente o que tem maiores montantes concedidos em todo o crédito ao consumo, há um aumento mensal em fevereiro de 6,1% para os 284 milhões de euros, ainda que seja um recuo face ao ano anterior, quando superava os 300 milhões.
Já o crédito utilizado para saúde, educação, energias renováveis, cedeu 5,5% para 10,6 milhões em fevereiro face a janeiro, havendo uma ligeira subida face ao ano anterior.
Em fevereiro, foram celebrados 105 milhões de euros em cartões de crédito, linhas de crédito ou facilidades a descoberto (é o valor do plafond, o teto máximo dos contratos, e não o montante efetivamente utilizado), o que representa uma descida de 3% em relação a janeiro – ainda que subindo 8% face a fevereiro de 2022.