Economia

Portugueses pedem mais dinheiro emprestado para comprar carro, mas há menos cartões de crédito

Portugueses pedem mais dinheiro emprestado para comprar carro, mas há menos cartões de crédito
FERNANDO VELUDO

Foram concedidos em fevereiro mais de 600 milhões de euros em crédito ao consumo. Maior fatia foi para o crédito sem finalidade específica e para o lar, seguido dos cartões de crédito e do crédito automóvel para usados.

Os portugueses pediram mais dinheiro ao banco para comprar carro (sendo que os usados continuam a estar em foco) no mês de fevereiro, face ao mês anterior, mas cortaram nos cartões de crédito, segundo mostram os dados que o Banco de Portugal publicou esta segunda-feira, 17 de abril.

O número de novos contratos de crédito ao consumo em Portugal subiu ligeiramente (0,2%), mas o crescimento do montante financiado às famílias neste grupo de empréstimos – pessoal, automóvel e cartões de crédito – subiu 3,5% em fevereiro em relação a janeiro, totalizando os 613,7 milhões de euros.

Nesta evolução mensal, o maior avanço foi sentido no crédito automóvel, com um disparo de 10% no que diz respeito ao financiamento para a aquisição de novos carros, chegando quase aos 46 milhões de euros (uma expansão ainda maior, de 17%, quando a comparação é com fevereiro de 2022). Já o crédito para os usados cresceu 3,3% para os 164 milhões de euros (1,8% em termos homólogos).

Os números do Banco de Portugal correspondem aos novos contratos que são celebrados no mês em causa (e não, por exemplo, quando há a entrega do veículo, já que no caso dos novos carros a entrega dos veículos pode levar vários meses).

O crédito automóvel – tanto para usados, como novos – cresce em fevereiro tanto em relação a janeiro como em relação a fevereiro de 2022, sendo o único tipo de crédito ao consumo com esse desempenho positivo nas duas comparações.

Crédito pessoal

No crédito pessoal sem fins específicos ou para lar, que é normalmente o que tem maiores montantes concedidos em todo o crédito ao consumo, há um aumento mensal em fevereiro de 6,1% para os 284 milhões de euros, ainda que seja um recuo face ao ano anterior, quando superava os 300 milhões.

Já o crédito utilizado para saúde, educação, energias renováveis, cedeu 5,5% para 10,6 milhões em fevereiro face a janeiro, havendo uma ligeira subida face ao ano anterior.

Em fevereiro, foram celebrados 105 milhões de euros em cartões de crédito, linhas de crédito ou facilidades a descoberto (é o valor do plafond, o teto máximo dos contratos, e não o montante efetivamente utilizado), o que representa uma descida de 3% em relação a janeiro – ainda que subindo 8% face a fevereiro de 2022.