Os juros dos depósitos a prazo ultrapassaram em média 1% em abril, pela primeira vez em oito anos. As empresas são as que recebem mais pelo dinheiro que têm no banco. As famílias já começam a receber juros mais elevados, mas continuam a ser inferiores à média da zona euro.
Os dados são do Banco de Portugal e demonstram que, pela primeira vez em oito anos, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo das famílias foi superior a 1% em abril.
É o sétimo aumento consecutivo.
O aumento das taxas diretoras pelo Banco Central Europeu fez com que as prestações da casa subissem, para quem tem empréstimo bancário, mas o mesmo não aconteceu para quem tem poupanças no banco.
Após a fuga de oito mil milhões de euros da banca em apenas quatro meses para os certificados de aforro, um instrumento da dívida pública portuguesa, os juros que as famílias recebem pelos depósitos a prazo aumentou.
Um depósito até a um ano recebeu, em média, 0,95%. De um a dois anos, a taxa de remuneração média atingiu 1,29%.
Já um depósito a prazo superior a dois anos, rendeu, em média, 1,12% em abril.
Quanto às empresas, são mais remuneradas pelo dinheiro que têm no banco a prazo.
A taxa média atingiu 2,33%, subindo pelo terceiro mês consecutivo.
No entanto, a rentabilidade dos depósitos a prazo continua muito abaixo dos certificados de aforro, apesar de agora estarem menos atrativos.
Os juros que os bancos oferecem às famílias continua a ser inferior à média da zona euro. Já o montante de novos depósitos voltou a cair e fixou-se, em abril, em seis mil milhões de euros.