O apelo do Presidente da República surge depois da nova série dos Certificados de Aforro, que começou a ser comercializada esta segunda-feira, e que oferece juros mais baixos. A medida está a ser vista como uma cedência aos bancos, que viram os depositantes retirarem milhões de euros para investir em certificados.
Em dois dias, o Governo decidiu pôr fim à comercialização da série E dos Certificados de Aforro. Até sexta-feira, o governo pagava 3,5% em juros pelo dinheiro que as famílias emprestavam ao Estado.
A série F, por sua vez, oferece uma taxa de juro bruta e máxima de 2,5%. Enquanto a taxa diminuiu, o prazo de subscrição aumentou, de 10 para 15 anos.
Também vai diminuir o valor que as famílias podem aplicar. De um máximo de 250 mil euros, agora só se pode investir até 50 mil euros nos Certificados de Aforro. Mesmo assim, os certificados continuam a dar um juro superior aos dos bancos.
O Presidente da República, que já tinha pedido “um esforçozinho” à banca, reforçou o apelo.
Onde podem ser feitas as subscrições?
A medida do Governo prevê que os Certificados de Aforro possam ser subscritos em qualquer banco. Antes, era um exclusivo dos CTT e das Lojas do Cidadão.
No entanto, o presidente da Associação de Bancos, Vitor Bento, diz que essa decisão tem de ser tomada pela banca e não pelo Governo.
“Cada banco decidirá por si, pois os bancos não podem concertar entre si políticas comerciais"
As instituições financeiras foram apanhadas de surpresa, sem conhecimento prévio da decisão do Governo.
Mais de 30% da dívida pública emitida este ano foi em Cerficados de Aforro.