A Comissão Europeia volta a recomendar aos países da Zona Euro que comecem a cortar nas medidas de apoio às famílias, mas o ministro das Finanças português já avisou que os apoios anti-inflação são para manter enquanto for necessário.
O Eurogrupo está reunido em Bruxelas para discutir uma estratégia de consolidação orçamental, que permita reduzir o défice e a dívida pública no próximo ano.
Após dois anos de pandemia e um de guerra na Ucrânia com forte impacto nas contas públicas de praticamente todos os países da Zona Euro, a Comissão Europeia pede agora foco na redução da dívida e do défice.
A começar pelo corte das medidas de apoio criadas para fazer face à subida do preço da energia, que entretanto começou a estabilizar, para o mesmo tem alertado a presidente do Banco Central Europeu. Diz que é preciso acabar com os apoios às famílias a bem da estabilidade orçamental de cada país.
Mas nem todos os estados membros estão dispostos a fazê-lo já. É o caso de Portugal.
"Apesar da significativa redução da inflação, que já está hoje abaixo dos 4%, ainda permanecem em alguns segmentos e áreas necessidades de intervenção. É por isso que o governo tem e manterá em vigor medidas importantes do ponto de vista do apoio às famílias mais vulneráveis, famílias com filhos, do apoio relativamente aos produtos alimentares", esclareceu Fernando Medina, ministro das Finanças.
O Eurogrupo, que esteve reunido esta quinta-feira, mostra-se preocupação com o impacto da inflação na zona euro, mas admite que é necessária uma estratégia de consolidação orçamental que seja gradual e realista.
Estratégia que os ministros da Zona Euro vão continuar a discutir em Bruxelas esta sexta-feira.