Economia

Greve: uma sexta-feira muito complicada para quem viaja de comboio

Mais de 60% das composições estão paradas devido à greve de 24 horas dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal que exigem um aumento intercalar dos salários no mínimo de 37 euros

Chegada de um comboio à estação da Amadora no cumprimento dos serviços mínimos.
Loading...

Num dia normal circulam em todo o país cerca de 1.300 comboios, com a greve desta sexta-feira o serviço de ferrovia está reduzido a 259 composições. O impacto é sentido pelos passageiros mas também por quem deles depende para faturar.

“Trabalho aqui num quiosque, portanto a nível de faturação, a nível do meu patrão, do negócio, o tabaco, jornais, afeta. Nós comprámos o produto para vender, não para tê-lo parado.” disse Carla Dias, lojista.

Nem todos conseguem ter acesso à informação da greve em tempo útil, ainda assim há quem previna atrasos ou supressões e chegue mais cedo para encontrar uma alternativa.

“Acredito que seja um transtorno para as pessoas que vão trabalhar. Eu também vou trabalhar, mas na verdade eu já previa que iria chegar um pouco mais tarde e irei repor essas horas. Se for suprimido, não terei alternativas e terei que a partir daí tentar gerir de outra forma.” disse uma passageira.

Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal acusam a empresa de não seguir as indicações do governo na negociação de aumentos intercalares e na revisão do plano de carreiras.

“Em todas as empresas isso está a acontecer, a única em que não acontece, em que não houve negociação do aumento intercalar foi na IP, aquela em que não se está a negociar, ou que a empresa se recusa a fazer a negociação das carreiras profissionais é a IP.” José Oliveira, Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações.

A greve dura 24 horas e tem um impacto esperado também para sábado.