Economia

Entrevista SIC Notícias

Abrandamento da inflação é "bom indicador", mas ainda são "tempos muito difíceis"

A taxa de inflação na zona euro abrandou para os 5,5% em junho. Na União Europeia, a taxa fixou-se nos 6.4%. Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção financeira da DECO, alerta que os preços ainda estão muito elevados.

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Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção financeira da DECO, refere que apesar de a taxa de inflação ter abrandado, os números continuam muito longe do objetivo do Banco Central Europeu (BCE), o que deixa alguns receios, sobretudo para as famílias mais vulneráveis.

O abrandamento da inflação é um "bom indicador", no entanto, ainda são "tempos difíceis", alerta a responsável. Aliás, os "próximos tempos" ainda vão ser "penosos" para muitas famílias, defende.

"Já sabemos que cada vez que o Banco Central Europeu altera a taxa de referência reflete-se nas prestações, algo que é muito penoso para famílias com taxas de esforço elevadas", refere.

Natália Nunes alerta que há famílias a tomar "medidas radicais", como vender a casa, por não terem como suportar a prestação do crédito à habitação, lembrando que em Portugal ainda há uma "grande fatia" da população com baixos rendimentos.

Apesar do abrandamento da inflação, os preços ainda estão muito elevados e continuam a subir, sobretudo os da alimentação, diz.

"É desastroso para famílias com menores rendimentos, que continuam a ter muitas dificuldades em suportar despesas com alimentação", afirma, acrescentando que os apoios são insuficientes.

A coordenadora do gabinete de proteção financeira da DECO lembra que ainda há resistência dos bancos na renegociação de créditos.

A taxa de inflação na zona euro abrandou para os 5,5% em junho. Os dados do Eurostat mostram que na União Europeia a taxa fixou-se nos 6.4%.

Os alimentos continuam a ser os bens que registam maior aumento mensal.

Portugal continua abaixo da inflação registada na zona euro e na União Europeia. No mês passado, a taxa recuou para os 3,4%.