João Duque afirma que a descida da taxa de inflação é uma boa notícia e um “bom sintoma” de que a política monetária está a resultar. O economista e comentador SIC explica que, a manter-se esta tendência, pode haver boas notícias em setembro relativamente às taxas de juro.
“A política monetária não tem efeito imediato e por isso temos que esperar, o normal é demorar à volta de 18 meses. Observando o que estamos a observar, é um bom sintoma. O efeito monetário já se está a verificar”, afirma.
A manter-se esta tendência de descida da inflação, o economista explica que em setembro, e caso os indicadores de agosto sejam bons, o Banco Central Europeu (BCE) pode adiar uma nova subida das taxas de juro.
No entanto, João Duque alerta que, para baixar o custo de vida, não há forma de fugir à subida das taxas de juro e deixa um exemplo:
“Se os Estados Unidos subirem as taxas de juro e a Europa não acompanhar, o movimento do dinheiro sai da Europa e vai para os EUA. O grande dinheiro, o dinheiro que faz mudar o mundo. E isso desvaloriza o Euro”, sublinha.
Entretanto, na terça-feira, o ministro das Finanças referiu que o Governo está a avaliar várias medidas para combater a subida das taxas de juro. Questionado sobre quais podem ser as opções do Executivo, o economista João Duque explica que, provavelmente, passa por “pressionar os bancos”.
“O que o Governo provavelmente quer fazer é pressionar bancos a criar soluções para evitar que as hipotecas sobrecarreguem mais o esforço familiar. Isto tem que ser feito com algum cuidado para nao ferir as regras bancárias, particularmente as que tornam as contas dos bancos mais carregadas de negro. Quanto mais ‘escuras’ as perspetivas dos bancos, mais caro é o crédito proporcionado pelos bancos às famílias”, alerta.
E volta a deixar mais um aviso: “Não se pode ajudar as famílias prejudicando os bancos, ajudar as famílias mantendo os bancos são e saudáveis é o desafio”.