O Banco Central Europeu (BCE) subiu esta quinta-feira, pela nona vez, as principais taxas de juro em 25 pontos base, perante uma inflação considerada ainda elevada.
“O Conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base. Nesse sentido, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 4,25%, 4,50% e 3,75%, respetivamente, com efeitos a partir de 2 de agosto de 2023”, lê-se no comunicado emitido pelo BCE.
Apesar de referir a descida da inflação, a instituição liderada por Christine Lagarde sustenta que “ainda se espera que permaneça demasiado elevada durante demasiado tempo”, pelo que, decidiram avançar com um novo aumento das taxas de juro.
Quanto ao futuro, “a expectativa” é a de que “a inflação descerá mais no resto do ano, mas permanecerá acima do objetivo por um período prolongado. Apesar de algumas medidas revelarem sinais de abrandamento, a inflação subjacente continua a ser, em geral, elevada".
Neste sentido, o BCE não se compromete com decisões, vincando apenas que “futuras decisões (…) assegurarão que as taxas de juro diretoras do BCE sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário para lograr um retorno atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%”.
Após a reunião do Conselho de Governadores, a presidente do BCE, Christine Lagarde, explicará publicamente, dentro de momentos, a decisão tomada.
Acontece um dia depois da Reserva Federal norte-americana ter aumentado as taxas de juro para o valor mais alto em 22 anos.
Até agora
A responsável do BCE anunciou, em junho, que um novo aumento das taxas de juro seria "muito provável" na reunião deste mês.
Em junho, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento subiu para 4%, a taxa de facilidade de depósito passou para 3,50% e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumentou para 4,25%.
O Conselho do BCE aprovou "por um consenso muito amplo" a subida das taxas de juro em 25 pontos base, na reunião de política monetária realizada em junho.
O BCE também aprovou "por um consenso muito amplo" o fim dos reinvestimentos dos títulos adquiridos ao abrigo do programa de compra de ativos APP (Asset Purchase Programme) a partir de julho, mas também houve quem defendesse que a decisão devia ser adiada para se analisar os efeitos na liquidez dos bancos da devolução antecipada em junho dos empréstimos de longo prazo.
O BCE observou que os acordos salariais em alguns países da zona do euro adicionaram riscos de subida da inflação.
Por outro lado, novas tensões nos mercados financeiros podem reduzir a inflação mais rapidamente do que o projetado.
A inflação na zona euro desacelerou em junho, fixando-se numa taxa 5,5% em termos homólogos em junho face aos 6,1% em maio, enquanto a inflação subjacente registou uma taxa de 5,5%, em comparação com 5,3% em maio.