Economia

Veto do Presidente mostra que Mais Habitação "não é credível"

Ricardo Guimarães, diretor da Revista "Confidencial Imobiliário", comentou o veto do Presidente da República ao programa Mais Habitação, lembrando que desde o início não reuniu "consenso" nem do mercado, nem social.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorreu esta segunda-feira ao veto político pela 28.ª vez e devolveu à Assembleia da República o pacote da habitação fazendo um "sereno juízo analítico negativo".

"Sei, e todos sabemos, que a maioria absoluta parlamentar pode repetir, em escassas semanas, a aprovação acabada de votar. Mas, como se compreenderá, não é isso que pode ou deve impedir a expressão de uma funda convicção e de um sereno juízo analítico negativos", escreveu o Presidente da República na mensagem que acompanha o veto do diploma do parlamento.

Na antena da SIC Notícias esteve Ricardo Guimarães, diretor da Revista "Confidencial Imobiliário", que entende que "o Presidente da República foi muito claro na forma como interpretou este diploma, [que] acaba por vetar no sentido de entender que o diploma não é credível, e de facto aparenta não ter os instrumentos para ir ao encontro das cadências e resolver o problema da habitação”.

“É uma interpretação, diria, material daquilo que o diploma se propõe como medidas de combate ao problema da habitação. O senhor Presidente terá razão, porque ao longo deste último ano vemos, por exemplo, em relação ao mercado de arrendamento uma redução da oferta na casa dos 30%, em paralelo vemos um aumento das novas rendas contratadas na casa dos 30% em Lisboa e Porto”,explicou.

Ricardo Guimarães alerta, aliás, que “apesar da intenção clara, onde houve intervenções até agora os resultados que se vislumbram são os contrários aos que todos desejariam”, além disso, sublinhou, o Mais Habitação não tem desde o início “consenso de mercado e social, que permita ir ao encontro dos objetivos a que se propõe".