Economia

Análise

Subida da inflação "não atira para o chão" chegarmos ao fim de 2023 com "resultado muito positivo"

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou para 3,7% em agosto, mais 0,6 pontos percentuais do que em julho.

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João Duque, economista e comentador da SIC, explica que, apesar da subida da inflação, que considera “normal”, podemos chegar ao fim de 2023 com um resultado "muito positivo".

"É uma surpresa a subida da inflação, depois de nove meses a abrandar, mas não atira ao chão a hipótese de controlo da mesma e de chegarmos ao fim do ano com um resultado muito positivo", afirma.

No Jornal das 10, destaca que a energia foi o "maior perturbador", assim como os produtos alimentares não transformados.

"Em termos portugueses, estamos abaixo do nível central da Europa. Não é a pequena evolução em Portugal, no sentido negativo, que vai perturbar o indicador europeu", esclarece.

O especialista defende que seria "muito positivo" termos uma taxa média do ano inteiro entre os 5% os 6%, sobretudo depois de um ano "muito agressivo" como foi 2022.

De um modo geral, indica, foi uma "pequena subida normal".

"O importante é que o indicador geral fique numa média entre 5 e 6%", reforça.

Subida das taxas de juro

O economista e comentador da SIC diz que é possível que as rendas subam no próximo ano, mas esclarece que o Governo pode, através do orçamento, apoiar as famílias com mais dificuldades.

Na SIC Notícias, destaca que é "fundamental" indicadores de inflação da Europa continuarem a dar "bons sinais" para que, nas reuniões de governadores do Banco Central Europeu (BCE), as decisões sejam "pelo menos de manutenção das taxas".

Taxa de inflação aumenta para 3,7% em agosto

A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou para 3,7% em agosto, mais 0,6 pontos percentuais do que em julho, segundo a estimativa rápida avançada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Uma tendência contrária à que se tem registado, depois de nove meses consecutivos de abrandamento.

De acordo com o INE, "tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 3,7% em agosto de 2023, taxa superior em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior".

O instituto estatístico refere que esta aceleração é “essencialmente explicada pelo aumento de preços registado nos combustíveis”.

Quanto ao indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos), este terá registado uma variação de 4,5% no mês em análise (4,7% no mês anterior).

O INE aponta que a variação do índice relativo aos produtos energéticos "ter-se-á fixado em -6,5% (-14,9% no mês precedente)" e que o índice referente aos produtos alimentares não transformados "terá diminuído para 6,5% (6,8% em julho)".

O INE acrescenta que a taxa de variação média nos últimos 12 meses foi de 6,8% (contra 7,3% registados no ano acabado em julho).

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português terá registado uma variação homóloga de 5,3% em agosto, que compara com 4,3% no mês precedente.

O INE regista que os dados definitivos referentes ao IPC do mês de agosto de 2023 serão publicados no próximo dia 12 de setembro.