A Huawei lidera o mercado dos smartphones na China, mas encontra uma série de entraves no Ocidente. Por alegadas razões de segurança, Portugal e outros países da Europa excluíram a presença da empresa no espaço 5G - e a multinacional já reagiu a processar uma entidade do Estado.
Lourenço Medeiros, editor de Novas Tecnologias da SIC, lembra que tudo tem origem na “grande campanha" dos EUA contra a empresa, “a dizer que ter equipamentos de redes da Huawei era quase como entregar os dados à China”.
“Isto está oficialmente por provar. Mas [a expulsão] é uma orientação que, depois de muita pressão dos EUA, é seguida pela União Europeia, que lamenta que apenas 10 países do bloco tenham aderido”.
A ideia passa por um critério “bonito de princípio”, mas sem grande sustentação, acredita Lourenço Medeiros.
“Além dos critérios que parecem que são relativamente secretos, a ideia é excluir países que tenham poder de forma a poderem obrigar as empresas a darem dados de espionagem aos Estados, a não ser que esses países sejam da UE, da OCDE ou da NATO. Há uma série de países, incluindo os EUA, que podem obrigar a isto”.
O editor da SIC realça ainda que a Huawei "esteve quase a dominar comercialmente as redes 5G do mundo inteiro, pois estavam muito a frente em termos de tecnologia".
Empresa processa entidade do Estado
A Huawei Portugal avançou com uma ação administrativa contra a Comissão de Avaliação e Segurança, entidade do Estado português que decidiu em maio excluir fornecedores da infraestrutura 5G.
De acordo com o jornal Expresso, a empresa quer reverter uma deliberação que exclui a Huawei do espaço 5G em Portugal, por classificar como “alto risco” para a segurança das redes e serviços nacionais o uso de equipamentos e serviços de fornecedores que sejam de fora da União Europeia, NATO ou OCDE.