Já tem mais de 200 mil assinaturas a petição que pede o fim do aumento do IUC, previsto no Orçamento, para os carros mais antigos. Pelas contas dos fiscalistas, um carro utilitário de 2005 ou 2006 vai pagar mais 400% de imposto, ainda que seja de forma faseada.
O que muda?
Quanto mais poluente, maior será a escalada. A data da matrícula deixa de entrar diretamente para o cálculo do imposto, que vai passar a depender da cilindrada e da emissão de CO2.
Vamos a contas…
Um utilitário de gama baixa a gasolina, que este ano pagou cerca de 19 euros de IUC, passará a pagar quase 97 euros. É uma subida de 400%. Mas só será sentida na totalidade em 2027. Vai ser uma subida faseada graças a uma norma travão.
“Aquilo que a norma indica é que não pode existir por ano um aumento superior a 25 euros”, explica Afonso Arnaldo, fiscalista da Deloitte.
No caso de um veículo a gasóleo com 1995 de cilindrada, que este ano pagou 45 euros de imposto, passará a pagar 231 euros daqui a sete anos. São mais 430%.
O ministro das Finanças alega que são apenas mais 25 euros por ano, dois euros por mês.
“Vai afetar principalmente as pessoas que têm menos posses, porque se pudessem comprar um carro novo compravam”, explica o fiscalista Afonso Arnaldo.
A medida, que vai render aos cofres do estado 85 milhões de euros só em 2024, tem feito correr muita tinta e já levou mais de 200 mil pessoas a assinar uma petição para que o Governo faça marcha atrás.
Esta quarta-feira, António Costa defendeu o aumento do IUC para os carros anteriores a 2007 alegando que é preciso "fazer escolhas" e a sua recai na redução de impostos sobre os rendimentos de trabalhadores e pensionistas para "maior justiça social".