Economia

António Costa espera que "pausa" do BCE anteceda redução progressiva das taxas de juro

Referindo-se a uma "dupla boa notícia", o primeiro-ministro realçou que "a primeira é o BCE reconhecer que há uma tendência sustentada da redução da inflação" e a segunda do banco central é a da decisão de "não aumentar de novo as taxas de juro".

António Costa espera que "pausa" do BCE anteceda redução progressiva das taxas de juro
Virginia Mayo
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O primeiro-ministro, António Costa, espera que a "pausa" decidida pelo Banco Central Europeu (BCE) seja o momento que antecede a redução progressiva das taxas de juro. António Costa elogia a decisão anunciada pela Presidente do BCE. Considera que a pausa na subida das taxas vai permitir que as próximas discussões aconteçam num "clima distinto" daquele que tem marcado as reuniões entre Christine Lagarde e os países da zona euro.

À entrada para o Conselho Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, António Costa lembra que há a necessidade de um acordo, até ao final do ano, sobre as regras de governação económicas da Europa, suspensas desde o início da pandemia.

"É importante que tenhamos regras que sejam inteligentes e não tenham efeito pro-ciclico como no passado tiveram. No momento em que alguns países estão em clara desaceleração económica é importante que tenham margem para poder investir", afirma.

Por outro lado, há a necessidade de "revisão do quadro financeiro plurianual para dar à Comissão os meios necessários para cumprir obrigações (...) e para assegurar algumas opções políticas", diz.

Após 10 subidas consecutivas, BCE mantém taxas de juro

"Vai haver uma parte muito importante sobre o futuro da economia europeia, onde o pacto sobre política económica será seguramente marcada pela nova boa notícia do Banco Central Europeu ter hoje decidido não prosseguir a escalada das taxas de juro e pelo alinhamento das políticas necessárias para, não havendo subida das taxas de juro se mantenha uma tragetória consistente de redução da inflação".

Em declarações aos jornalistas, realça uma “dupla boa notícia”.

Por um lado, António Costa destaca que é uma "boa notícia" o BCE "reconhecer que há uma tendência sustentada de redução da inflação. É também uma "boa notícia", diz, BCE não aumentar de novo as taxas de juro:

"Cria condições para que discussão económica que amanhã vamos fazer, num debate com a Sra. Lagarde se possa fazer num clima distinto. Acho que é um bom sinal que reforça a confiança no futuro das economias europeias".

Aos jornalistas, o primeiro-ministro diz esperar que a "pausa" seja o o momento que antecede a redução progressiva das taxas de juro.

O BCE anunciou esta quinta-feira que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela primeira vez desde julho de 2022. A pausa foi anunciada depois de 10 subidas consecutivas das taxas de juro e numa altura em que a inflação dá sinais de abrandar.

Conflito Hamas-Israel

Em relação ao conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas, António Costa considera que é "essencial" condições de segurança para o apoio humanitário.

"Reconhecemos o direito de Israel responder militarmente de forma a destruir capacidade ofensiva do Hamas. Não podemos confundir o Hamas com o povo palestiniano nem com o conjunto de pessoas que vivem em Gaza. E não podemos, numa operação militar contra o Hamas, causar danos colaterais, que seria uma tragédia humanitária", diz.

Líderes da União Europeia reunidos

Os líderes da União Europeia reúnem-se esta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, para debater tensões no Médio Oriente. Em cima da mesa está uma pausa humanitária em Gaza e negociações sobre uma solução de dois Estados.

Um dos objetivos é que desta cimeira saia uma posição comum entre os 27 chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) para melhorar a situação humanitária na Faixa de Gaza.

O Conselho Europeu decorre numa altura de acesos bombardeamentos de Israel contra a Faixa de Gaza, que se seguiram ao ataque do grupo islamita Hamas a 7 de outubro.