O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu esta segunda-feira que a proposta do partido para a descida do IRS "não foi um amor de verão", acusando o primeiro-ministro de "retórica da treta".
"Não. Nem foi um amor de verão nem está enterrada a nossa proposta fiscal. Isso é retórica da treta! Já António Costa e a obsessão de bater recordes a cobrar impostos 'é um amor para a vida toda'", escreveu o presidente dos sociais-democratas na rede social 'X' (antigo Twitter).
A reação de Luís Montenegro surgiu após o primeiro-ministro ter acusado o PSD de ter apresentado em agosto uma proposta de descida do IRS e de rapidamente a ter esquecido, "como a juventude com amores de verão", enterrando-a na areia.
António Costa fez estas críticas à linha de política fiscal dos sociais-democratas na sua intervenção de abertura do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024 - no qual Luís Montenegro não participa por não ser deputado.
"Depois de na campanha eleitoral o PPD/PSD ter assumido como sua prioridade a descida imediata do IRC - e ter remetido lá para 2025 ou 2026 uma eventual descida de IRS, se as condições o permitissem - lembraram-se a meio do verão que, afinal, queriam descer o IRS. O PPD/PSD assumiu essa proposta como se assumem os amores de verão: enterram-se na areia", declarou o líder do executivo, recebendo palmas da bancada do PS.
O PSD já anunciou que vai votar contra a proposta na generalidade.
Em agosto, na Festa do Pontal, o presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou as propostas do partido que passavam pela descida do IRS em 1.200 milhões de euros quer em 2023, quer também para 2024, através da redução das taxas marginais de todos os escalões, à exceção do último.
Estas iniciativas foram 'chumbadas' no parlamento, mas o partido já garantiu que vai apresentar propostas para redução de IRS na discussão na especialidade do OE2024.