Bernardo Ferrão e Sebastião Bugalho analisam o último Orçamento do Estado (OE) de António Costa que foi aprovado com os votos favoráveis do Partido Socialista e as abstenções do Livre e do PAN.
O comentador da SIC considera que a tarde no Parlamento foi "previsível" e os partidos da oposição "deram mostras em que a campanha eleitoral já praticamente começou".
"O ambiente é de pré-campanha e foi um tiro a António Costa e um tiro à maioria absoluta da esquerda à direita", refere Sebastião Bugalho.
Com a proposta aprovada e ainda antes de Augusto Santos Silva anunciar em específico os sentidos de voto, já a bancada parlamentar do PS se tinha levantado e começado a aplaudir, momento que durou cerca de um minuto. Ao mesmo tempo, alguns deputados do Chega acenavam, num gesto de adeus, aos socialistas.
“Oposição devia estar mais concentrada em ser uma alternativa credível do que a fazer tiradas”
Sebastião Bugalho consegue entender que a oposição tenha votado contra a proposta do documento, por uma questão de coerência. Contudo, "do ponto de vista institucional e da cultura democrática, teria feito sentido alguma cortesia na direção do primeiro-ministro".
"António Costa não sai bem da política ativa, mas as referências às mães das pessoas no debate político, o hasta la vista, como se estivéssemos num filme de Hollywood. Quer dizer, a oposição devia estar mais concentrada em ser uma alternativa credível do que andarem a fazer tiradas de twitter na despedida de António Costa", vinca o comentador.
O aplauso do PS e a emoção de António Costa
Bernardo Ferrão sublinha o momento do aplauso da bancada do PS e o momento mais emocionado de António Costa, mas recorda que "há muitos erros que podem ser apontados aos oito anos do PS" no Governo.
"António Costa passou por alguns momentos bastante complicados nestes oito anos e deixou algumas marcas, que a meu ver, apesar de todos os erros que várias vezes falamos aqui, (...) é um aplauso merecido", refere Bernardo Ferrão.
Sobre a oposição, o jornalista da SIC, não se mostrou surpreendido e realçou o discurso do deputado social-democrata Miranda Sarmento como um "elã".
"Miranda Sarmento pareceu-me um pouco mais empolgada e um pouco repetida aquela muleta do bom senso, que muitas vezes faltou a este Governo", diz Ferrão.
O jornalista da SIC salienta, assim como Sebastião Bugalho que este “é um final pouco digno para alguém que esteve oito anos no Governo e que certamente não queria sair”.