O Governo está de saída e as eleições estão ao virar da esquina, mas ainda há tempo para uns últimos ajustes. Neste caso, a maior compra de sempre feita pela CP.
São mais de 800 milhões de euros, destinados à construção de 117 comboios até 2029.
Em resposta à SIC, a CP, entidade pública que tem como único acionista o Estado e que está sujeita à tutela do Governo, sublinha que “é uma empresa íntegra” e que “o processo foi conduzido com total transparência e integridade”
“A preparação técnica do concurso foi meticulosa, culminando no seu anúncio em dezembro de 2021 e na subsequente avaliação das propostas. O anúncio dos resultados é o culminar desse processo longo, rigoroso e necessário”, refere a CP.
A validade das propostas caducava a 28 de novembro, dia em que foi anunciado o vencedor do concurso público: um consórcio que junta a portuguesa Domingos da Silva Teixeira e a francesa Alstom, uma das maiores construtoras ferroviárias do mundo a atravessar atualmente uma fase de maior aperto, sendo que, no mês passado, anunciou um plano para despedir 1.500 trabalhadores.
A CP garante que a "Alstom cumpriu todos os critérios de capacidade financeira exigidos pelo concurso".
No total, são 117 novos comboios: os primeiros 17 serão montados em Espanha e os restantes 100 em Portugal, numa fábrica que vai ainda ser construída pelo consórcio vencedor do concurso.
O investimento nos novos comboios tem como destino os serviços Urbano e Regional, não estando contemplada neste concurso a compra para longo prazo.