Economia

Medina confia na AD para manter estabilidade nas contas e descarta Bloco Central

O ainda ministro das Finanças tem esperança que a coligação que venceu as eleições cumpra o compromisso de manutenção de estabilidade das finanças do país e revela que Bloco Central seria mais uma "perturbação" e não solução.

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Fernando Medina vincou esta segunda-feira que acredita que a Aliança Democrática irá dar continuidade à credibilidade e manutenção das contas públicas e que um Bloco Central seria mais uma “perturbação” e não uma solução em Portugal.

O ainda ministro das Finanças Fernando Medina está presente em Bruxelas no âmbito de uma reunião com o Eurogrupo o primeiro Conselho pós-eleições legislativas de domingo e que se concentrará na retoma das regras orçamentais da União Europeia (UE) em 2025.

Nesse encontro, Fernando Medina prestou declarações aos jornalistas portugueses que estavam focados em perceber como é que esta mudança ou falta de governabilidade - por não haver uma maioria absoluta à direita, tendo em conta a intransigência da AD com o Chega - poderá impactar o olhar estrangeiro na gestão do país.

“O que me parece simples e determinante é a vontade política que existe no nosso país, a AD, que já tive oportunidade de saudar, tem inscrito no seu programa e tem como seu objetivo fundamental a manutenção da credibilidade das finanças públicas e não há razão para que esse compromisso não seja levado a sério em Portugal e estrangeiro”, disse Medina.

Da mesma forma, o ministro das Finanças relembrou que existe um compromisso político entre os dois maiores partidos para a consolidação das finanças públicas e Medina tem “confiança que não se vão desviar desse compromisso".

“O importante é assegurar é a continuidade nas políticas de estabilidade ao nível das finanças públicas, ao nível da continuidade da redução da dívida pública”, acrescentou.

O ministro das Finanças quis também relembrar que Portugal é “uma democracia consolidada há 50 anos e tem dentro de si as formas e mecanismos de resolver o que é próprio de um Estado democrático e foi isso que aconteceu nas eleições”.

Da mesma forma, e com o crescimento do Chega, Fernando Medina descartou a hipótese de um Bloco Central, mas deixou espaço para o diálogo.

“A solução de um Bloco Central não é a desejável no nosso país. Um Bloco Central de natureza formal ou informal cria a realidade de um partido de grande dimensão a fazer oposição, o Chega. E era dar o monopólio da oposição e seria uma porta aberta para o partido subir nas próximas eleições”, respondeu.

No entanto, assegurou que “isso não quer dizer que os partidos não conversem e que haja convergência em múltiplos temas e assuntos”. Não se deve, no entanto, traduzir em “apoios de governabilidade, porque isso seria mais de perturbação do que solução”.