Os empresários do alojamento local aguardam que o Governo cumpra a promessa de reverter de imediato algumas das medidas do programa Mais habitação. Está já agendada reunião com o setor no início desta semana.
Foi apresentando como remédio para a falta de casas para viver, mas, para um psicólogo dedicado ao alojamento local, ouvido pela SIC, o Programa Mais Habitação foi um boicote à escolha de vida feita há uma década.
Pedro Lobo chegou a explorar sete edifícios em Faro, mas tem agora a atividade reduzida a três imóveis.
Os entraves às novas licenças, o horizonte encurtado das que estão em vigor e a impossibilidade de as transmitir, tornaram o investimento mais difícil.
Inversão de medidas foi bandeira da AD
A inversão das medidas anteriormente anunciadas foi bandeira da Aliança Democrática, que agora se estreia no poder revalidando a promessa na apresentação do programa de Governo.
O impacto do programa foi sentido nos gráficos de uma investigadora da Universidade do Algarve, que dão conta que no último ano quase sete mil unidades de alojamento local desistiram das licenças em todo o continente. Centenas delas só nos últimos dias de dezembro.
Estancar o crescimento do alojamento local onde faltam casas para viver era precisamente o objetivo da medida do anterior Governo. Significaram as desistências mais casas para viver? A carteira da plataforma Idealista/Data, que se dedica ao arrendamento de longa duração, sugere que terá dado alguma ajuda.
Proprietários não negam expectativa
A tendência vinha-se sentindo desde o fim de 2022 e o fim do estatuto de residentes não habituais, bem como a redução de impostos sobre as rendas, são vistas como fatores concorrentes. Ninguém parece conseguir antever o impacto da reversão.
Os proprietários não negam expectativa e até definem prioridades, além do alívio da carga fiscal. Terão a oportunidade de perceber, na segunda-feira, o que o Executivo tem em mente para o setor, quando o secretário de estado do Turismo recebe os representantes dos proprietários.