Economia

Pacto único: agricultores falam em processo muito burocrático e desistências

As candidaturas ao Pedido Único para ajudas à produção terminam esta sexta-feira. A nível nacional, o Pedido Único soma este ano mais de 170 mil candidaturas. O ministro da Agricultura já reconheceu que o sistema é lento e complexo.

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As candidaturas ao Pedido Único para ajudas à produção terminam esta sexta-feira. Os agricultores dizem que o processo continua a ser muito burocrático e muitos candidatos desistem.

Termina a colheita da cereja nesta propriedade do Souto da Casa, no concelho do Fundão, onde a SIC esteve, Jorge tem agora que começar a tratar das árvores para combater as doenças que vão aparecendo e garantir produção no próximo ano.

Pratica agricultura biológica nos quatro hectares e meio de terreno e é um dos agricultores que recorreu às ajudas do Pedido Único que abrange, por exemplo, a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas.

"Poderá ser à volta de 2.500 ou 3.000 euros devido à área que eu tenho. Esse dinheiro serve para fazer face ao aumento dos custos de produção, à diminuição de produção devido às alterações climáticas que se fazem sentir cada vez mais", explica Jorge Castanheiro, agricultor.

Por pouco que seja a ajuda é sempre bem vinda, mas o caminho para consegui-la enfrenta muita burocracia.

"O processo é muito burocrático, tem muita cruzinha. Há muitas exigências para certificações, por exemplo, para ter apoios a uma agricultura mais sustentável", acrescenta.

Através da Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco deram entrada cerca de 1300 candidaturas ao Pedido Único, é um número semelhante a nos anteriores, mas fica aquém das necessidades dos agricultores.

A nível nacional, o Pedido Único soma este ano mais de 170 mil candidaturas. O ministro da Agricultura já reconheceu que o sistema é lento e complexo.

O prazo já foi este ano alargado por duas vezes face às dificuldades sentidas pelos agricultores nos procedimentos para aceder aos apoios.