A Alemanha, terceiro maior cliente de Portugal, e motor da Europa está em recessão. Em breve, a crise terá efeitos concretos na economia nacional, apesar de os números ainda não o mostrarem.
“Desde janeiro e setembro de 2024 até aumentou ligeiramente as exportações de Portugal para a Alemanha cerca de 18,8%. Esta última feira que terminou agora no fim da semana anterior já demonstra sinais de arrefecimento, sinais de diminuição do volume e da dinâmica dos expositores na feira, em termos de números de encomendas”, explica Luís Miguel Ribeiro da Associação Empresarial de Portugal.
O ambiente sentido na feira, leva os empresários portugueses a confirmarem receios e a anteciparem consequências para o mercado nacional.
Dados recolhidos pelo Diário de Notícias contabilizam, em Portugal, 400 empresas alemãs, que empregam quase 50 mil pessoas. A gigante Autoeuropa em Palmela, é apenas um exemplo de uma relação comercial que ultrapassa a produção para o setor automóvel.
Para além de afetar os investimentos na indústria, a crise na economia alemã pode vir a afetar também o turismo em Portugal. Depois dos britânicos, os alemães são a segunda maior fonte de turistas em território nacional.
“Teremos de aguardar para perceber como é que esse impacto se fará sentir no setor do turismo porque no turismo também temos vários níveis de clientes e, por isso, veremos qual é o impacto e de que forma é que isso se fará sentir”, explica Luís Miguel Ribeiro.
Mas, há ainda outra nuvem a pairar sobre o setor empresarial, que teme o impacto da eleição de Trump. Os Estados Unidos são destino de 8% das exportações nacionais e o aumento das taxas alfandegárias pode fazer disparar os preços e afetar o comércio externo.
Sobre a melhor forma de a economia portuguesa se precaver, a Associação Empresarial de Portugal entende que passa por diversificar mercados, que ajudem a mitigar estas situações de crise internacional.