A ANA Aeroportos faz exigências milionárias para construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, incluindo o prolongamento da concessão de todos os aeroportos portugueses por mais 30 anos e o aumento das taxas na Portela em 60%.
São as exigências dos franceses da Vinci como contrapartida pela construção no novo aeroporto de Lisboa. Só que o Governo diz que a ANA não apresentou contas para justificar o que exige.
Os detentores da concessão à ANA fizeram contas tão altas que o Governo sentiu-se obrigado a acusar a concessionária de ter apresentado custos com "total ausência de informação financeira detalhada, que permita aferir sobre a razoabilidade dos pressupostos, bem como dos resultados".
Em comunicado, os ministros das Finanças e das Infraestruturas dizem ter enviado uma carta onde colocam "dúvidas substanciais" sobre o relatório inicial da ANA Aeroportos.
O que quer a ANA?
Agora, a ANA vem exigir um aumento de 60% nas taxas aeroportuárias na Portela, ainda antes da construção do novo aeroporto, para financiar e reembolsar o investimento que aí vem.
Mais. A gestora aeroportuária exige ainda uma extensão do atual prazo de concessão de 50 para 80 anos, até 2092.
O Governo desafia a ANA e os franceses da Vinci a minimizarem "o aumento de taxas e a extensão do prazo da Concessão" que, "em caso algum [devem] substituir a utilização de fundos próprios da Concessionária como mecanismo de financiamento".
A ANA alega que terá de fazer investimentos significativos, mas fonte da concessionária admitiu à SIC que os parâmetros exigidos ainda podem ser negociados.