O rendimento mensal médio dos trabalhadores portugueses cresceu acima da inflação na janela de estudo que o Jornal de Notícias (JN) avaliou com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e que se situa entre 2011 e 2024.
Perante este cenário, as profissões com salários mais baixos ganharam poder de compra enquanto que os mais altos acabaram por perder.
O exemplo que espelha melhor esta análise é o de um trabalhador por conta de outrem que em 2011 ganhava 811 euros. No ano passado estava com um rendimento mensal de 1.142 euros. Mas se este salário aumentasse apenas ao ritmo da inflação estaria nos 1.009 - menos 132 euros.
Os setores mais beneficiados, segundo o JN são então a agricultura, pescas e floretsas com um aumento de 27% e as forças armadas com 26%. Todos acima da inflação acumulada entre 2011 e 2024 que foi de 24%.
Do outro lado da tabela estão as engenharias, profissionais de saúde, ensino e e tecnologia, naquilo que se enquadra no campo intelectual e cientifico, seguido da política e dos cargos de direção, quer do setor público, quer do privado.
“Há um efeito geral porque houve uma política muito centrada no aumento do salário mínimo (…) mas há setores [cujo aumento] pode ter a ver com escassez de recursos de mão de obra”, destaca o economista João Duque.
É o caso da agricultura e das pescas que perderam trabalhadores ao longo dos anos. Já o aumento do poder de compra nas Forças Armadas não tem uma explicação tão clara para os especialistas.