Economia

Análise

Escolha de Santos Pereira é ou não melhor do que Mário Centeno?

A analista de mercados Catarina Castro, o professor João Duque, e Martim Silva analisam a escolha do Governo para suceder a Mário Centeno no Banco de Portugal e antecipam os principais desafios que terá no mandato de cinco anos que, se o Parlamento der luz verde, tem pela frente.

Loading...

O economista Álvaro Santos Pereira foi escolhido para governador do Banco de Portugal (BdP), sucedendo no cargo a Mário Centeno, anunciou o Governo.

Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP), e é atualmente o economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

"Por decisão do Conselho de Ministros, por proposta do ministro das Finanças, [o novo governador] será o professor doutor Álvaro Santos Pereira", anunciou Leitão Amaro, justificando a escolha com o currículo "altamente reconhecido" do economista.

"É hoje o economista principal de uma das principais organizações internacionais da economia mundial. É um profundo conhecedor da economia portuguesa, um profundo conhecedor da economia internacional, conhecedor do sistema financeiro", disse.

Na OCDE, Álvaro Santos Pereira começou por ser diretor de estudos nacionais no Departamento de Economia, cargo que assumiu em 2014, posteriormente à saída do Governo português. Em 2024, foi nomeado economista-chefe, substituindo Clare Lombardelli.

De nacionalidade portuguesa e canadiana, foi professor de Desenvolvimento Económico e Política Económica na Universidade Simon Fraser e professor na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, e professor na Universidade de York, no Reino Unido.

Segundo a Lei Orgânica do Banco de Portugal, o governador e os restantes membros do Conselho de Administração são designados por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área das Finanças e após parecer fundamentado da comissão competente da Assembleia da República. Exercem os respetivos cargos por um prazo de cinco anos, renovável por uma vez e por igual período.

O mandato de Mário Centeno terminou a 19 de julho deste ano, mas, como o executivo de Luís Montenegro não anunciou o sucessor antes dessa data, o governador ainda se encontra em funções.

Leitão Amaro agradeceu a Mário Centeno "o exercício da sua função" e referiu que o atual governador "é hoje e continuará a ser [governador] nos próximos dias até ser substituído".

O ministro rejeitou, no entanto, tecer comentários sobre o atual mandato de Centeno: "Não farei aqui observações e avaliações sobre Mário Centeno no seu desempenho enquanto governador, além de agradecer o serviço [ao país]", referiu.