Economia

"Há gente a passar fome": trabalhadores da Polopiqué com vidas em suspenso

Os funcionários da empresa têxtil continuam sem receber. Pedem para serem oficialmente dispensados, para poderem procurar emprego noutro lado. E, até lá, reúnem alimentos para ajudar os colegas que estão a passar mais dificuldades.

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Os trabalhadores de uma empresa têxtil em Santo Tirso estão a recolher alimentos para dar às pessoas que estão a passar por dificuldades. Os 274 trabalhadores que ficaram sem emprego há três semanas dizem estar a viver uma situação de desespero e com pagamentos em atraso.  

Saco a saco vai enchendo a carrinha que está há dois dias a ser abastecida com bens essenciais para os trabalhadores da Polopiqué que ficaram sem emprego. 

Transformaram a tristeza em força para ajudar as pessoas que estão a passar por dificuldades. 

“Há mesmo gente a passar fome”, afirma Maria Santos, trabalhadora da Polopiqué. “Não têm um pacote de arroz, uma lata de salsichas, nada nos armários.” 

Há três semanas, foram dispensados de trabalhar. Vieram para a rua sem nada. Sem o salário de agosto, sem o subsídio de férias e sem os papéis para dar entrada no fundo desemprego. Uma situação que ainda se arrasta. 

“Já sabemos que não vamos receber subsídios nem ordenados. Ao menos que nos deem os papéis para podermos prosseguir com a nossa vida. Enquanto não tivermos os papéis [a comprovar] como estamos dispensadas, não podemos ir trabalhar para lado nenhum”, pede Maria Santos. 

São 274 vidas em suspenso e uma empresa que, a muito custo, continua a funcionar, sem dar resposta a estes despedimentos.