“Eu acho que este desfecho é uma barracada total, sobretudo porque mostra aquilo que já se começava a perceber, a absoluta falta de respeito pelo voto da emigração. Estão em causa 150 mil votos”, começa por referir o comentador.
Relativamente à decisão do Tribunal Constitucional, “pelo menos, percebemos que há justiça, e que esses votos dos emigrantes valem mesmo alguma coisa”.
“É de louvar a decisão do Tribunal Constitucional, o que não é de louvar é o processo que nos trouxe até aqui”, acrescenta.
No entanto, destaca que o PSD “também é um dos responsáveis, apesar de ter corrigido o erro”.
“Entrou num consenso em que ficou decidido que os votos dos emigrantes não fosse acompanhado pela cópia do Cartão de Cidadão seriam considerados válidos”, pois “houve uma reunião de representantes dos partidos, que fazem as leis, em que combinaram não cumprir a lei. É inadmissível”.
Bernardo Ferrão diz que “os emigrantes foram votar em massa e, de repente, ficam a saber que os seus votos foram parar ao lixo”, contudo, destaca que “já em 2019 houve um problema muito semelhante”.
“Provavelmente, a mobilização vai ser pouca. Para além de estarem chateados com o que aconteceu, sabem que o voto não deverá mudar muita coisa”, tendo em conta os resultados já conhecidos, de uma maioria absoluta certa para o Partido Socialista.
Destaque ainda para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que foi questionado sobre se podia ou não adiar a tomada de posse do novo Governo, “mas que, com todas as certezas, disse três vezes ‘não'”.
“O Presidente da República tenciona manter a tomada de possa a dia 23 de fevereiro, mas o que sabemos agora é que não vai acontecer antes de meados de março”.
O diretor-adjunto de Informação da SIC termina dizendo que “o Presidente da República foi pouco prudente e falou demais”.