Abusos na Igreja Católica

Patriarcado de Lisboa afasta quatro sacerdotes suspeitos de abusos

Cardeal Patriarca de Lisboa mandou abrir a investigação mas sublinha que não há nenhuma acusação formal contra os sacerdotes.

Patriarcado de Lisboa afasta quatro sacerdotes suspeitos de abusos
Armando Franca

O Patriarcado de Lisboa afastou preventivamente quatro sacerdotes suspeitos de abusos na sequência das informações enviadas pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja, segundo um comunicado no site do Patriarcado.

“O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, determinou o afastamento preventivo, também designado como proibição do exercício público do ministério, de quatro sacerdotes no ativo, recomendado pela Comissão Diocesana.”

O comunicado acrescenta que "o outro sacerdote referido, que também se encontra no ativo, já tinha sido sujeito a medidas cautelares".

O Cardeal Patriarca de Lisboa sublinha que “não há nenhuma acusação formal contra os sacerdotes”. O “afastamento é preventivo” até que estejam concluídas as investigações entretanto abertas a cada um dos casos.

Os resultados de cada investigação serão depois enviados para o Dicastério para a Doutrina da Fé.

No dia 10 de março, o Patriarcado de Lisboa confirmou ter recebido uma lista de 24 suspeitos de abusos:

  • Oito padres já falecidos;
  • cinco padres no ativo;
  • Dois padres doentes e retirados;
  • Três padres sem qualquer nomeação;
  • Quatro nomes desconhecidos;
  • Um leigo;
  • Um padre que abandonou o sacerdócio.
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Com base nesta lista, a Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa pediu, então, mais informações à Comissão Independente para "tornar possível a entrega ao Cardeal-Patriarca das recomendações que lhe permitam fundamentar a proibição do exercício público do ministério dos sacerdotes no ativo e assunção das devidas responsabilidades no apoio e respeito pela dignidade das vítimas".

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas.

Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

A comissão entregou à Conferência Episcopal Portuguesa uma lista de alegados abusadores, alguns no ativo, tendo esta remetido para as dioceses a decisão de afastamento de padres suspeitos de abusos e rejeitado atribuir indemnizações às vítimas.