Abusos na Igreja Católica

“Carta ao Povo de Deus”: arquidiocese de Braga pede perdão pelos casos de abusos

A arquidiocese de Braga escreveu uma carta aos fiéis onde pede perdão pelos casos de abuso sexual e pelo silenciamento das vítimas. Conheça aqui o conteúdo da “Carta ao Povo de Deus”.

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A arquidiocese de Braga assume que a Igreja não tratou com a devida importância os casos de abuso sexual e que silenciou vítimas durante décadas. Numa carta aos fiéis, pede perdão.

Chamam-lhe “Carta ao Povo de Deus” e escrevem-na depois de ouvirem o testemunho das vítimas de abuso sexual por parte do clero.

O arcebispo de Braga e os bispos auxiliares dizem que as histórias e o sofrimento lhes dilaceraram o coração. Assumem que a Igreja falhou na forma como tratou o problema e que ocultou os casos. Pedem, por isso, desculpa.

“O relatório confirma que perante indícios ou provas de abusos, no passado, houve: desvalorização, encobrimentos ou silenciamentos, ingénuas reparações privadas na ilusão de compensar o dano sofrido pelas vítimas. Reconhecemos que os abusos sexuais não foram tratados como prioridade, arrastando consigo erros, omissões e negligência. Por tudo isso, pedimos perdão”, lê-se na carta.

A arquidiocese de Braga diz que é preciso acabar com a realidade incontornável dos abusos e considera que esta é a altura certa para a Igreja mudar.

“Precisamos de fazer um esforço no sentido de interpretar o momento que estamos a viver, considerando que a atual crise dos abusos é, sem dúvida, uma oportunidade para uma evolução ética da humanidade e também para uma renovação e purificação da Igreja”.

Na carta, o arcebispo e os bispos auxiliares reafirmam que não basta pedir perdão às vítimas e garantem que vão disponibilizar acompanhamento psiquiátrico, psicológico e também apoio espiritual.

Quanto aos abusadores, a arquidiocese de Braga, uma das que tomou a decisão de suspender padres suspeitos, diz que é importante que haja um acompanhamento terapêutico. Considera que depois do afastamento, a Igreja não pode abandonar os sacerdotes porque a redenção é sempre possível.