Abusos na Igreja Católica

Nova comissão de apoio a vítimas de abuso sexual já recebeu pedidos de ajuda

O Grupo Vita oferece apoio a vítimas, abusadores ou pessoas que estejam em risco de cometer crime de abuso sexual. A linha telefónica é ativada esta segunda-feira, mas já há marcações feitas por e-mail.

Igreja Católica.
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A nova comissão criada pela Conferencia Episcopal Portuguesa para trabalhar no problema dos abusos sexuais na Igreja já começou a receber pedidos de ajuda de vítimas. A linha telefónica de apoio do Grupo Vita é ativada às 09:00 desta segunda-feira, mas já há marcações feitas através do contacto de e-mail.

Apresentado publicamente há sensivelmente um mês, a nova estrutura de acompanhamento das vítimas tem um prazo de atuação estimado para os próximos três anos e é coordenado pela psicóloga Rute Agulhas, especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e com especialidades avançadas em Psicoterapia e Psicologia da Justiça.

A coordenadora da comissão diz não ter expectativa quanto ao número de novas vítimas de pedofilia. Sublinha que todos podem utilizar esta linha de apoio, “sejam vítimas, sejam pessoas que cometeram o crime ou que podem estar em risco de cometer”, sejam também pessoas com suspeitas.

“Em termos da própria bolsa de profissionais, quando pensamos quer nos psicólogos, quer nos psiquiatras, também vamos tentar que haja sempre essa separação. Porque efetivamente o tema é o mesmo – violência sexual – mas são dinâmicas muito diferentes. Trabalhar com vítimas ou trabalhar com agressores são coisas muito diferentes”.

O Grupo Vita acrescenta que pretende atuar também de forma preventiva junto de agressores ou potenciais agressores.

O pedido de apoio ser efetuado por via telefónica através do número 915090000 (disponível de segunda a sexta-feira entre as 09:00 e as 18:00), mas também por email: geral@grupovita.

A criação do Grupo VITA surge na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, que, ao longo de quase um ano, validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.