Abusos na Igreja Católica

Abusos sexuais na Igreja: 56 vítimas já pediram ajuda ao Grupo VITA

As denúncias de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis ocorreram nos primeiros quatro meses de funcionamento da plataforma, que se prepara para iniciar formações junto de entidades religiosas.

Abusos sexuais na Igreja: 56 vítimas já pediram ajuda ao Grupo VITA

O Grupo VITA anunciou esta sexta-feira que recebeu 56 pedidos de ajuda por parte de sobreviventes de violência sexual na Igreja Católica portuguesa até ao momento.

As denúncias de abusos sexuais contra crianças e adultos vulneráveis ocorreram nos primeiros quatro meses de funcionamento da plataforma.

Loading...

Em comunicado, a coordenadora do Grupo VITA, Rute Agulhas, refere que a maioria das situações "estão a ser sinalizadas para as entidades competentes, para que decorram os respetivos processos de investigação, canónicos e civis".

Após uma fase de avaliação, o organismo prepara-se também para iniciar planos formativos junto de várias entidades e estruturas da Igreja Católica, estando planeados, com as Comissões Diocesanas, seis módulos de formação, num total de 24 horas.

Também estão delineadas cinco ações de formação com Institutos Religiosos, num total de 20 horas.

"Estes planos formativos irão decorrer entre outubro do presente ano e fevereiro de 2024 e envolvem também ações de replicação, destinadas a quem deseje assumir o papel de agente formativo", lê-se no comunicado.

De acordo com o Grupo VITA, os agentes formativos vão poder vir a assumir o papel de formadores, replicando ações de formação no contexto em que intervêm.

"Em 2024, os agentes formativos beneficiarão de formação aprofundada, com uma componente mais prática, visando também a monitorização das ações desenvolvidas", refere, acrescentando que, no mesmo ano, irá iniciar-se a formação junto dos catequistas e dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica, em articulação com o Secretariado Nacional da Educação Cristã.

O Grupo VITA surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, que, ao longo de quase um ano, validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.