A Igreja Católica está a estudar os critérios para pagar indemnizações às vítimas de abusos sexuais. Até agora, quatro vítimas identificadas pelo Grupo VITA pediram uma compensação pelos abusos que sofreram, mas o número deve aumentar.
No início do ano, um relatório chocante foi apresentado por uma comissão liderada por Pedro Strecht. Foram validadas 512 denúncias de abusos sexuais cometidas por membros da Igreja Católica em Portugal. Com base neste número, o estudo concluiu terem existido, no mínimo, 4.800 vítimas nos últimos 70 anos.
A comissão independente fechou o trabalho para que tinha sido criada e entrou em ação o Grupo VITA, liderado pela psicóloga Rute Agulhas, que esta tarde apresenta o relatório dos primeiros seis meses de trabalho e com uma descrição mais detalhada das vítimas e dos agressores.
Manual de prevenção também será apresentado
Será também apresentado um manual de prevenção contra abusos sexuais na Igreja, uma espécie de 10 mandamentos que estarão disponíveis online. Entre os quais, como escutar as vítimas, a importância de criar ambientes seguros e uma clarificação sobre a forma se fazer denúncias.
No último balanço, em outubro, o Grupo VITA tinha recebido 62 pedidos de ajuda, sendo que 14 foram encaminhados para o Ministério Público. Entre os casos analisados, quatro vítimas pediram indemnizações à Igreja.
Os critérios de pagamento vão ser apresentados no início de 2024 e estão a ser estudados também pelo Grupo VITA a pedido da Conferência Episcopal. Nos novos relatos encontrar-se-á um abuso sexual que terá sido cometido por um freira e um pedido de ajuda feito por um alegado abusador.
Além da equipa de Rute Agulhas, que recebe relatos por chamada ou através de um formulário disponível no site. Outras 29 denúncias, avança o jornal Público, foram feitas nos últimos seis meses às Comissões Diocesanas das várias dioceses do país.