Abusos na Igreja Católica

Bispos reúnem-se e dizem estar agora a estudar "uma reparação financeira"

O termo “indemnização” é recusado, optando a Conferência Episcopal por falar agora numa "reparação financeira" que, explicam, “reconheça a dor de quem sobreviveu a estes abusos e às consequências que teve de suportar”. Mas é ainda uma questão em estudo.

Bispos reúnem-se e dizem estar agora a estudar "uma reparação financeira"
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A promessa era de que este mês haveria fumo branco no que diz respeito às possíveis indemnizações que seriam pagas às vítimas dos abusos na Igreja católica portuguesa. No arranque da 209.ª Assembleia da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) não foi ainda anunciada qualquer decisão, mas há já uma possibilidade a ser analisada.

“O que se encontra agora em estudo (…) é uma reparação financeira que reconheça a dor de quem sobreviveu a estes abusos e às consequências que teve de suportar, e que coopere para que essas pessoas possam ter uma vida mais livre, digna e devidamente reconhecida", lê-se no comunicado emitido no arranque dos trabalhos e que foi lido pelo bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas.

Sobre esta possível “reparação financeira”, a CEP revela que solicitou “vários pareceres a entidades competentes do ponto de vista clínico, jurídico e canónico, e ouvidas muitas pessoas, entre as quais vítimas”.

A CEP promete continuar a estudar a questão, sublinhando que "quem foi vítima de qualquer tipo de abuso, tem sempre a nossa proximidade e solidariedade, assumindo mais esta forma de pedir desculpa e ajudar a recuperar a dignidade de vida”.

A 209.ª Assembleia Plenária da CEP, que termina na próxima quinta-feira às 15:00, inclui mais cinco pontos, entre eles os “50 anos da Revolução do 25 de Abril” e o “Jubileu 2025”.

Mas também o do “Sínodo e Sinodalidade”, onde a Igreja católica volta a alertar para o que classifica de “sinais claros de uma radicalização social, política e até religiosa, que não é exclusivo de Portugal”.