Abusos na Igreja Católica

"Sentimento de revolta": Associação acusa Igreja Católica de violentar vítimas de abusos sexuais

A Associação "Coração Silenciado" que representa as vítimas de abusos na Igreja Católica está revoltada com as regras para as compensações. Acusa a instituição de promover uma nova vitimização num processo onde muitos vão acabar por desistir. Na quinta-feira, a Igreja Católica divulgou as regras para atribuição das compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais. 

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Cerca de 15 dias depois do encontro com a Conferência Episcopal em Coimbra, a Associação 'Coração Silenciado', que representa as vítimas de abusos sexuais, não vê representadas no documento apresentado pela Igreja Católica, as propostas de quem foi abusado.

"Foi uma desilusão. Uma indignação e até algum sentimento de revolta", afirma António Grosso da Associação 'Coração Silenciado'.

Os pedidos de compensação financeira vão ser analisados por duas comissões e exigem que as vítimas voltem a contar os abusos de forma mais detalhada.

António Grosso diz que "não são os abusadores ou a Igreja Católica portuguesa que estão a ser julgados" mas sim as vítimas que estão a ser "revitimizadas".

A Associação também critica a decisão de não existir um valor fixo para todos os pedidos que forem aceites. A compensação vai ter em conta o tipo de abuso, duração, frequência , idade e vulnerabilidade da vítima. A Associação 'Coração Silenciado' considera que as regras agora divulgadas só vão complicar o que devia ser simples.

Os pedidos podem ser entregues até 31 de dezembro junto do grupo VITA, Comissão Diocesana ou Institutos Religiosos. Até ao momento há 43 solicitações de compensação financeira.