O primeiro avião das forças armadas de Espanha que vai participar na primeira fase de repatriamento do pessoal diplomático e de espanhóis que ainda permanecem no Afeganistão partiu às 23:30 de segunda-feira da Base Aérea de Saragoça.
Segundo noticia a agência EFE, na aeronave A400M viaja um destacamento de soldados do exército espanhol responsável pela operação de retirada de espanhóis, mas também de afegãos que colaboram há anos com Espanha.
O voo fará a ligação entre Espanha e o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, seguindo depois para Cabul, revelaram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A segunda aeronave A400M vai partir da mesma base às 09:00 [09:00 horas de Lisboa] de terça-feira.
A mesma fonte, citada pela agência EFE, não especificou quantos aviões serão enviados para Cabul.
O pessoal da embaixada espanhola no Afeganistão, os polícias encarregados pela segurança e os restantes espanhóis que se mantêm naquele país da Ásia Central encontram-se no aeroporto de Cabul à espera de serem repatriados.
O caos no aeroporto nas últimas horas dificultou a saída dos aviões.
O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, referiu na segunda-feira que o objetivo é que a transferência ocorra "o mais rapidamente possível", embora tenha alertado que se trata de uma operação "complicada e complexa".
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
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