Regressou ao Afeganistão o membro fundador e atual número dois dos talibãs, que há dois dias tomaram controlo do país. O Ocidente acelera o repatriamento de civis e afegãos, numa altura em que foram retomados os voos militares, após a invasão da pista com a fuga de milhares de pessoas do Afeganistão.
Só o Reino Unido tem estado a retirar do Afeganistão mil pessoas por dia. À Alemanha chegou na última noite o terceiro voo da Luftansa vindo da capital do Uzbequistão e de Doha, com centenas de refugiados afegãos, diplomatas e civis europeus.
Só os Estados Unidos já terão conseguido retirar mais de 3.200 pessoas do Afeganistão e mais de 2.200 terão abandonado o país na última noite, mesmo após os talibãs virem garantir ao Ocidente a paz e um regime islâmico moderado, que respeitará as mulheres.
Horas depois, chegava ao Afeganistão o membro fundador e atual número do grupo radical. Mullah Abdul Ghani Baradar regressou do exílio no Qatar de onde liderou as negociações de paz com os Estados Unidos.
Vinte anos depois regressa a Kandahar, a segunda maior cidade do Afeganistão e berço espiritual dos talibãs.
Na capital Cabul, a situação está agora mais calma e a população espera uma transição pacífica de poder. Apesar das promessas, a maioria da população mantém-se cética, com as gerações mais velhas a temerem o ultraconservadorismo islâmico dos anos 90, que incluía severas restrições às mulheres, apedrejamentos e amputações públicas e o isolamento do país ao resto do mundo.
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