Com o inverno à porta, são cada vez maiores as preocupações com o impacto que terá a queda brutal do rendimento e da qualidade de vida dos afegãos, quando o poder talibã não consegue aceder a ajudas financeiras de outros países, nem às reservas do Banco Central, bloqueadas no estrangeiro.
O Afeganistão é o único país do mundo a proibir a educação de raparigas e, no poder há dois meses, os talibã continuam a impedir o regresso de metade da população ao ensino secundário, ao contrário dos rapazes, que estão na escola desde o mês passado.
A denúncia vem numa carta aberta de Malala Yousafzai, ela própria atingida a tiro em 2012 pelos talibã paquistaneses por insistir em ir à escola.
Esta segunda-feira, faz um mês desde que as raparigas foram proibidas de frequentar o ensino secundário.
A prémio Nobel da paz insiste que os apelos à educação mundial feitos pelos líderes dos G20 têm agora de sair do papel e passar para as ações para com o poder afegão.
Com o inverno à porta e a situação económica em degradação acelerada, o ministro dos Negócios Estrangeiros talibã deslocou-se à Turquia a pedir reconhecimento internacional.
Em causa, está o fim das ajudas financeiras que o Afeganistão recebia de todo o mundo e os 9 mil milhões de dólares de reservas do Banco Central Afegão bloqueadas no estrangeiro.
A maioria dos países recusa-se a reconhecer um Governo composto por militantes que até há pouco lutavam contras as forças internacionais no Afeganistão e eram considerados um grupo terrorista.
Nas ruas de Cabul, a situação económica degrada-se de dia para dia e a instabilidade no terreno é cada vez maior, com dois atentados seguidos, nas últimas duas semanas, em mesquitas da minoria xiita.
Veja também: