O ministro da Administração Interna (MAI) manifestou a disponibilidade para ser ouvido no Parlamento sobre o ataque que aconteceu esta terça-feira no Centro Ismaili de Lisboa ou outras matérias de segurança se a Assembleia da República assim o entender.
José Luís Carneiro expressou a disponibilidade de comparecer no Parlamento ao ser confrontado com as críticas feitas pelo presidente do Chega e com o facto de André Ventura ter requerido a presença do ministro da Administração Interna no parlamento e proposto ainda um debate sobre política de imigração.
O ministro falava aos jornalistas nas instalações do seu Ministério, no final de uma reunião com o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, naquela que foi a segunda ronda negocial sobre a diretiva financeira que enquadra o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, que este ano tem uma dotação orçamental de 52,7 milhões de euros.
Foi à saída da reunião que José Luís Carneiro referiu que, "quando o parlamento assim o entender", estará pronto, assim como outros membros do governo, a ir à Assembleia da República "explicar tudo o que tem a ver com a matéria de segurança".
André Ventura considerou que existe um "descontrolo na imigração" e apontou que o Chega alertou "para a necessidade imperiosa de um controlo rigoroso" sobretudo de "cidadãos oriundos de alguns estados falhados, ou estados onde impera a violência".
Acerca das críticas do Chega à política de acolhimento e de verificação feitas às pessoas que entram em Portugal, o ministro não quis antecipar qualquer resposta, observando apenas que, "quando tiver oportunidade no parlamento, falará sobre esses temas com a profundidade e a abrangência necessárias".
Questionado sobre as eventuais motivações do refugiado afegão que matou duas mulheres no Centro Ismaili e feriu uma terceira pessoa, José Luís Carneiro disse ser necessário "aguardar pelas investigações", apelando à serenidade e lembrando que Portugal "é um país pacífico".
Embora sem querer antecipar conclusões, tanto mais que decorrem investigações policiais, o ministro disse porém que "tudo leva a crer" que se "tratou de um ato isolado". Aproveitou ainda para depositar toda a confiança nas investigações da Polícia Judiciária (PJ), a qual está a apurar "os contornos" e as "eventuais motivações" do agressor.
José Luís Carneiro reiterou a sua solidariedade com a comunidade ismaelita, realçando a importância da mesma na cultura, na integração e desenvolvimento económico de Portugal.