O ministro José Luís Carneiro lamentou o “trágico acontecimento”, desejando que seja feita justiça relativamente a um “ato trágico”. Duas mulheres morreram e um homem ficou ferido na sequência do ataque, ao final da manhã de hoje, no Centro Ismaili, em Lisboa.
“Tudo leva a crer tratar-se de um ato isolado, contudo as circunstância e motivações estão agora a ser investigadas pela PJ. (…) Ato que repudiámos veementemente”, afirmou
Questionado sobre o que sabe sobre o suspeito disse que “trata-se de um homem relativamente jovem, com três filhos menores de nove, sete e quatro anos de idade. (…) Que foi vítima também do falecimento da sua mulher na Grécia num campo de refugiados, e foi recolocado em Portugal ao abrigo da cooperação europeia e era beneficiário do estatuto de proteção internacional”.
Já estava identificado? “Não. Tratava-se de um cidadão com uma vida tranquila, que beneficiava de apoios da comunidade ismaelita, [nomeadamente] alimentar e no cuidado com as crianças menores. [Por isso], a comunidade está em profunda consternação pelo facto de se tratar de um cidadão com fácil relação com todos".
"Não tinha qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança", assegurou, apelando a que “análises precipitadas sejam evitadas” e reforçando a mensagem de solidariedade para com a comunidade ismaelita.
O ministro quis deixar ainda deixar uma "palavra de reconhecimento e gratidão à PSP que, em poucos minutos, mostrou o nível de operacionalidade das nossas forças de segurança".
O que já se sabe sobre o ataque?
O ataque "com arma branca" no centro ismaelita, na Avenida Lusíada, foi comunicado à polícia às 10:57, tendo os primeiros agentes que responderam à ocorrência chegado ao local um minuto depois, informa a PSP em comunicado.
“Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão (…) [perante esta] ameaça grave", os agentes dispararam contra o atacante, “atingindo e neutralizando o agressor”.
Do ataque resultaram "diversos feridos e, até ao momento, duas vítimas mortais", tendo o atacante sido socorrido e conduzido a unidade hospitalar, "encontrando-se vivo, detido" e sob custódia policial.
A PSP apela à serenidade e tranquilidade dos cidadãos, salientando que foram "mobilizado os efetivos necessários para a implementação das medidas de segurança adequadas e urgentes".
O Centro Ismaili da Avenida Lusíada foi inaugurado em 11 de 1998, tendo uma área total de 18 mil metros quadrados, entre a zona edificada e os jardins e pátios.