Uma das vítimas mortais do ataque ao Centro Ismaili queixava-se de estar a ser assediada por Abdul Bashir há vários meses. A SIC apurou que Farana Sadrudin terá chegado a reportar superiormente as mensagens que recebia.
O assédio já durava há quase um ano de forma constante. Ao que a SIC apurou, havia dias em que Farana Sadrudin recebia insistentes telefonemas e mensagens de Abdul Bashir.
Em inglês, o afegão insistia que a responsável pela integração dos refugiados na fundação Focus, da rede Aga Khan, fosse viver com ele e que tomasse conta dos seus três filhos menores.
De acordo com pessoas próximas, Farana, de 49 anos, sempre manteve a distância e pedia que a respeitasse. Na resposta a uma das investidas chegou a dizer: “Para de mandar este tipo de mensagens. A minha relação contigo é estritamente profissional”.
Abdul foi à procura das duas vítimas mortais
Mariana e Farana, as duas vítimas mortais deste ataque, não terão sido vítimas ocasionais. Abdul Bashir procurou as duas mulheres na sala onde habitualmente trabalhavam.
Tudo começou na aula de português, numa sala onde estavam vários outros estudantes.
Abdul Bashir recebeu um telefonema e, a seguir, feriu com uma facada o professor e saiu da aula em direção à sala onde sabia que trabalhavam Farana e Mariana, as duas vítimas mortais.

A PJ admite a possibilidade de um episódio psicótico, mas o diagnóstico terá de ser feito por um psiquiatra assim que o agressor for capaz de responder a várias questões.
Qual o papel de Farana e Mariana?
As duas vítimas mortais eram as responsáveis diretas pelo acompanhamento de Abdul Bashir.
O afegão estava prestes a perder o apoio social que é dado durante 18 meses após a chegada a Portugal. Continuava sem emprego e cuidava sozinho dos filhos.
As duas técnicas que matou estavam a preparar o relatório que seria entregue à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Faz parte do protocolo e nada indica que existisse perigo para os menores.
Abdul Bashir chegou a Portugal inserido num programa de cooperação internacional.