A CDU sofreu uma pesada derrota eleitoral, perdendo sete autarquias e vencendo apenas duas novas câmaras municipais, ficando com menos cinco autarquias em comparação a 2017, numa noite marcada pela perda de três municípios que eram comunistas desde as primeiras eleições locais.
Há 45 anos que as câmaras municipais de Mora e Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, e Moita, em Setúbal, eram comunistas, mas agora deixaram de o ser, sendo mais três bastiões perdidos pela CDU.
Ao todo, os comunistas perderam 7 câmaras, quase todas para o PS, como é exemplo o município de Loures, o que se traduz numa surpresa.
Contudo, nem tudo foram derrotas, e os comunistas foram buscar aos socialistas duas câmaras municipais, Barrancos e Viana do Alentejo.
Feitas as contas, entra perdas e ganhos, os comunistas ficaram com 19 câmaras, menos 5 que nas últimas autárquicas.
Antes mesmo de serem conhecidos os resultados, já a liderança da CDU antevia o pior e colocou bem cedo Jerónimo de Sousa a reconhecer o óbvio.
"O resultado, sem prejuízo da sua expressão nacional, ficou aquém dos objetivos colocados. A CDU, independentemente de perdas que se assinalam, confirma-se como uma grande força do poder local", diz Jerónimo de Sousa.
É o menor número de câmaras municipais comunistas desde que há eleições locais.
A CDU falhou ainda o sonho da reconquista de algumas autarquias importantes ao PS.
Maria das Dores Meira, que tinha vencido em Setubal por três vezes, foi a aposta de Jerónimo de Sousa para Almada, mas a aposta falhou.
O secretário-geral, Jerónimo de Sousa, admite que, para já, não tem o lugar em risco.
"Se tiver alguma notícia nesse sentido, agradecia, mas eu, por enquanto, aquilo que sei e creio ser verdade, essa questão não está colocada. Não estou satisfeito com os resultados, temos muito que avaliar e refletir", acrescentou.
Entre as derrotas autárquicas comunistas, destaque ainda para a câmara de Vila Viçosa, conquistada este domingo por uma coligação de Direita liderada por PSD e CDS, onde, há quatro anos, esta mesma coligação não tinha chegado sequer aos 10% de votos. Venceu, desta vez, por maioria absoluta, com a CDU a ficar no terceiro lugar.