Eleições Autárquicas

Livre acusa Moedas de usar Lisboa “para o TikTok e para a sua carreira política”

Livre acusa Moedas de usar Lisboa “para o TikTok e para a sua carreira política”
JOSE COELHO/LUSA

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, acusou este domingo o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, de usar a cidade para "o seu TikTok e carreira política", perguntando se alguém tem dúvidas de que Alexandra Leitão faria melhor trabalho.

"Lisboa não precisa de um presidente que se usa de Lisboa para a sua vaidade, para o seu TikTok e para a sua carreira política, mas que se esquece de cuidar daquilo que tem de acontecer todos os dias", afirmou Rui Tavares, num discurso na sessão de apresentação da candidata autárquica da coligação "Viver Lisboa" (PS/Livre/BE/PAN) à junta de freguesia do Areeiro, Joana Alves Pereira.

Num jardim público perto da Avenida de Roma, Rui Tavares desafiou os lisboetas a responderem a "uma pergunta muito simples" nas eleições autárquicas de 12 de outubro: "Quem é que vai trabalhar mais por Lisboa, o Carlos Moedas ou a Alexandra Leitão? Quem vai dar mais atenção a cada detalhe? Quem vai estudar mais? Quem vai garantir que as coisas, onde elas possam correr bem, correm bem? Carlos Moedas ou Alexandra Leitão?", questionou, respondendo que "ninguém tem a mínima dúvida" de que será Alexandra Leitão.

"Evidentemente que quem vai governar melhor esta cidade, porque quem vai saber amar esta cidade e não utilizar esta cidade para o seu amor-próprio, vai ser a Alexandra Leitão", afirmou Rui Tavares.

Alexandra Leitão também discursou nesta sessão de apresentação de candidatura para salientar que o objetivo da sua candidatura é "cuidar de Lisboa", que tem "andado tão descuidada, tão degradada, tão desleixada".

"Esta coligação 'Viver Lisboa' é um movimento em prol da cidade e é por isso que precisamos mesmo de conseguir ganhar as eleições, não para termos lugares, mas para não deixar que Lisboa continue como está", afirmou, frisando que os quatro partidos que integram a coligação se uniram não "contra ninguém, mas pela cidade".

A candidata, ex-ministra e líder parlamentar do PS, disse querer que Lisboa seja uma cidade "mais cuidada" e "menos desigual", considerando que a capital é "muito desigual e ficou muito mais desigual nos últimos quatro anos".

"Uma cidade em que uns têm e outros não, em que uns têm melhores serviços públicos ou nem sequer precisam deles, em que uns têm habitação digna, os outros não, em que uns têm direito a viver nos sítios e outros a viver noutros. Nós não nos conformamos com a desigualdade", afirmou, identificando como prioridades para o seu mandato a habitação, a mobilidade, a higiene urbana, a cultura e ciência.

Nesta sessão, a arquiteta Helena Roseta, antiga deputada constituinte, também subiu ao palanque para declarar apoio à candidatura de Alexandra Leitão, considerando que "já é tempo, 50 anos depois do 25 de Abril de pôr uma mulher à frente" da capital.

Helena Roseta defendeu que é preciso fazer "política com alegria", considerando que "a política não pode ser uma chatice", nem "ser só para dizerem mal uns dos outros".

"A Natália Correia dizia 'as pessoas afastam-se da política porque a política está chata'. Agora até está pior do que chata, está violenta, está dura. Nós temos de transformar a política numa coisa boa, uma coisa cidadã, uma coisa que todos têm vontade de fazer", defendeu.

Helena Roseta pediu assim à coligação para transformar a sua candidatura num "movimento dos cidadãos da cidade, daqueles que querem fazer alguma coisa pela cidade e não conseguem, daqueles que são esquecidos".

"Vocês têm capacidade para isso. Vamos a isso, fazer candidatura, fazer campanha, ganhar as eleições e exercer o vosso cargo de uma maneira diferente", sustentou.