O ex-inspetor da Polícia Judiciária Francisco Chagas considerou esta terça-feira que as buscas a decorrer na barragem do Arade, em Silves, no âmbito da investigação ao caso de Maddie McCann poderão ter como objetivo localizar desde “objetos a roupa", ou “qualquer coisa que possa estar relacionado com o desaparecimento, mas não tem de ser forçosamente a procura de ossadas”.
“Não acredito que este tipo de operação, com esta envergadura e envolvendo os elementos que envolve, seja só porque o suspeito alemão gostava daquele local ou mostrou um vídeo”, reflete o antigo inspetor da PJ, realçando que as autoridades alemãs terão “três ou quatro possibilidades para ‘vasculhar’ do que propriamente aquela área toda e as águas da barragem”.
Assumindo que as autoridades alemãs, responsáveis por solicitar estas novas diligências, “poderão ter” elementos concretos, Francisco Chagas reconhece, no entanto, que podem até tratar-se de “alguns indícios, ainda que ténues e que possam não resultar em nada”. Ainda assim, “a polícia não pode deixar de investigar” e de os descartar, “para ficarem com a consciência de que fizeram o que podiam fazer”.
E por se tratar de um desaparecimento - que são casos “que só termina quando aparece o desaparecido, vivo ou morto” - não se coloca o mesmo “tipo de resistência à investigação” que se verifica noutros processos-crime.
Sobre os custos destas novas diligências, realizadas com recurso a tecnologia avançada e outras valências, a resposta é simples para o ex-inspetor da PJ.
“A investigação, quando parte para diligências, nunca se preocupa com os custos. Em Portugal, pelo menos, sei que é assim. Os custos vêm depois. O importante é a investigação ser levada a bom termo, ao resolver um crime ou localizar alguém desaparecido, como é o caso”, remata Francisco Chagas.