Conflito Israel-Palestina

Depois de ser libertado, diretor de hospital em Gaza denuncia tortura na prisão

Netanyahu fala de um erro e já ordenou uma investigação imediata à libertação do diretor do hospital Al-Shifa. Esta segunda-feira foram libertados dezenas de presos palestinianos, incluindo o clínico que acusa Israel de tortura durante os sete meses em que esteve na prisão.

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O diretor do hospital Al-shifa foi libertado juntamente com um grupo de cerca de 50 prisioneiros palestinianos. Sete meses de cárcere que descreve assim:

"Fomos alvo de muita tortura e partiram-me o dedo mindinho. Deram-me muitos golpes na cabeça que me fizeram sangrar várias vezes. Nas prisões israelitas, a tortura era quase diária. As celas dos prisioneiros eram invadidas diariamente, e os prisioneiros espancados todos os dias. Dizemos isto com toda a certeza, e passámos por isto com muita amargura", relata Mohammad Abu Selmeyah, diretor do hospital de Al-shifa.

A noticia da libertação originou uma troca de acusações entre diferentes membros do Governo e agências de segurança. Netanyahu fala num erro e já pediu uma investigação imediata.

Na altura da detenção, Israel alegou que o Hamas usava o hospital como centro de comando e que não era possível que o diretor não tivesse conhecimento. Argumento que continua a valer para justificar incursões a unidades de saúde, obrigando centenas de doentes e refugiados a fugir uma e outra vez.

A ordem de Israel para a retirada de civis de Khan Younis está a ser vista como um sinal de um possível regresso das tropas à cidade, já esta terça-feira alvo de vários bombardeamentos. Em Rafah, e mais a norte, há também relatos da intensificação dos combates, numa altura em que o primeiro ministro israelita admite que está perto uma nova etapa da guerra.

"Estamos a avançar para o fim da fase de eliminação do exército terrorista do Hamas e vamos continuar a atacar os seus remanescentes", garante o primeiro-ministro israelita.

Garantias que parecem não convencer sobretudo internamente. Trabalhistas e progressistas selaram uma aliança política para derrubar Netanyahu, e o governo que lidera, que consideram o mais falhado da história do país.