Israel está a levar a cabo uma incursão terrestre no sul do Líbano. O Governo israelita garante que os ataques são limitados e direcionados apenas a infraestruturas militares do Hezbollah. A operação “Setas do Norte” entrou na fase 2, “é a incursão terrestre que Israel avançou nos últimos dias e que já tinha na prática começado de forma discreta, com incursões de operacionais altamente sofisticados nos túneis que o Hezbollah tem na fronteira do Norte com o sul do Líbano”, começa por explicar Germano Almeida.
O comentador da SIC realça que a grande questão é manter esta operação como uma incursão limitada: “O que aconteceu nas últimas horas foi a entrada de tanques israelitas, forças terrestres, apoiadas por Força Aérea e Artilharia, que avançaram nas aldeias que nos últimos dias tinham bombardeado, onde o Hezbollah tem infraestrutura, ataque a infraestrutura e à capacidade militar do Hezbollah, basicamente isso”.
Sobre o aval dos Estados Unidos para esta operação que Israel garante ser limitada, mas que se teme que possa alastrar.
“Ouvimos o Presidente Biden a dizer que Evitar a todo o custo que a guerra se alastrasse e queria falar com a Netanyahu para haver uma paz na região. Recordo que o Presidente Biden tem vindo a tentar promover um acordo de cessar fogo que junta as duas questões Gaza-Israel-Hamas e Líbano-Hezbollah.”
“Os Estados Unidos apoiam Israel numa incursão terrestre limitada, desde que isso impeça a capacidade do Hezbollah a continuar a atacar o Norte de Israel, mas tem preocupação de que essa incursão limitada depois alargue e vão à história, ou seja, tanto em 1982 como em 2006, o que aconteceu é que isso acabou por alargar numa guerra de maior dimensão”, realça Germano Almeida.
O comentador da SIC esclarece que os objetivos da fase 2 da operação “Setas do Norte” são “eliminar a capacidade do Hezbollah de atacar no Norte de Israel, podemos falar numa numa, numa zona limitada no Sul do Líbano, a sul das margens do Rio Litani”.
São 29 quilómetros entre a fronteira do Sul do Líbano com o Norte de Israel, é uma pequena porção do território libanês e está muito afastada, por exemplo, da capital Beirute, que está a 230 quilómetros, onde os israelitas pela via aérea, nos últimos dias, eliminaram Nasrallah e outros comandantes do Hezbollah.
Em relação ao facto desta não ser uma incursão contra o Líbano, mas sim contra o Hezbollah, Germano Almeida sublinha que é difícil fazer essa separação.
“Estamos numa guerra contraditória, na perspetiva em que objetivamente Israel não tem qualquer interesse em atacar o resto do Líbano que não sejam as posições do Hezbollah e elas estão essencialmente a Sul. A guerra de Israel é contra o Hezbollah, o movimento xiita que ataca Israel não é contra o Estado do Líbano. No entanto, o Estado do Líbano é muito contraditório porque o Hezbollah é, ao mesmo tempo, um grupo terrorista fortemente armado, mas também dentro do Líbano, um partido político que de alguma forma, através da força que tem nos muçulmanos xiitas, que são 30% do total dos libaneses, está integrado no complexo político administrativo do Líbano”.
O Exército israelita divulgou imagens que mostram a preparação dos militares para a incursão que começou esta noite no Sul do Líbano. As forças de defesa de Israel garantem que esta é uma operação limitada, localizada e com alvos bem definidos.
As imagens vêm acompanhadas com uma mensagem: Israel garante que vai continuar a lutar para atingir os objetivos, que incluem também a destruição do Hamas e o regresso de todos os reféns. Além disso, o Exército israelita compromete-se a devolver a segurança às regiões Norte do país.