Conflito Israel-Palestina

Análise

Encontro Trump-Netanyahu: que destino para Gaza e o Hamas?

Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, aponta os desafios na gestão futura de Gaza e nas implicações políticas para Netanyahu.

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Donald Trump e Benjamin Netanyahu reúnem-se hoje na Casa Branca para discutir um plano de paz de 21 pontos para Gaza. Israel procura garantias de que o Hamas não terá papel no futuro governo de Gaza, enquanto se debate a administração futura do território. A posição do Hamas, a devolução de reféns e a questão da Cisjordânia são pontos cruciais nas negociações.

Para Pedro Cordeiro, tirar o Hamas da equação, por difícil que seja, mais fácil do que assegurar a gestão futura da Faixa de Gaza".

"Mas o que é mais difícil de vislumbrar é como é que vai ser administrada futuramente a Faixa de Gaza. Eu julgo que vai ter que haver algum envolvimento dos países vizinhos, não será Israel nem os Estados Unidos o candidato ideal, e a referência de Benjamin Netanyahu aos acordos de Abraão, que são, recorde-se, acordos que levaram uma série de países muçulmanos e árabes a reconhecer Israel e a estabelecer relações diplomáticas com Israel. O anúncio por Netanyahu de que eles podem estar em iminente expansão faz crer em algum envolvimento de países com essas características na futura gestão, pelo menos numa fase provisória, da Faixa de Gaza".

Falta saber qual é a posição do grupo relativamente à condição que os Estados Unidos, Israel e mesmo os países que nas últimas semanas têm reconhecido o Estado da Palestina, de o Hamas ser arredado de qualquer solução política para a Faixa de Gaza. "E esta não é uma condição obviamente fácil de engolir para os extremistas do Hamas".