Confrontos no Irão

Sobe o número de mortos em protestos contra morte de jovem no Irão

Sobe o número de mortos em protestos contra morte de jovem no Irão
Francisco Seco

Duas pessoas foram mortas esta quarta-feira na província de Kermanshah.

Duas pessoas foram mortas esta quarta-feira na província de Kermanshah, no Irão, elevando para seis os mortos em protestos depois da morte de uma jovem detida pela polícia da moral do país, informaram fontes oficiais.

Entretanto, o comandante da polícia do Curdistão, Ali Azadi, anunciou a morte de outra pessoa na província, de acordo com a agência de notícias Tasnim. No total, seis pessoas morreram em vários dias de agitação, de acordo com o número oficial de mortos.

"Infelizmente, duas pessoas foram mortas nos motins de terça-feira", disse hoje o procurador de Kermanshah, Shahram Karami, citado pela agência de notícias Fars.

Os protestos têm crescido desde que as autoridades anunciaram na sexta-feira a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, depois de ter sido detida pela polícia da moral encarregada de impor um rígido código de vestuário para as mulheres no Irão.

"Estamos certos de que isso foi feito por agentes contrarrevolucionários, porque as pessoas foram vitimas de agressão com armas que não são usadas pelas forças policiais iranianas", acrescentou Karami.

25 pessoas ficaram feridas durante os protestos

Disse ainda que outras 25 pessoas, incluindo alguns membros da força policial, ficaram feridas durante os protestos. Ismail Zarei Koosha, governador do Curdistão - a província natal de Amini, onde os protestos começaram - disse terça-feira que três pessoas foram mortas durante os protestos na província, sem especificar quando.

Na ultima noite houve protestos em 15 cidades do Irão, incluindo a capital Teerão e outras grandes cidades, de acordo com a agência de notícias estatal IRNA.

Esta foi a quinta noite de agitação nas ruas, com a polícia usar gás lacrimogéneo e a fazer detenções para dispersar as multidões, segundo a agência. Os manifestantes bloquearam as ruas, atiraram pedras contra as forças de segurança, incendiaram veículos da polícia e caixotes do lixo e entoaram 'slogans' antigovernamentais, acrescentou.